Ele vai se aposentar? Não é ele o justiceiro?! Não é ele o anticorrupção? O ditador deixou saudades.
Por que se sente saudade daquilo que quando ocorriam “todos” reclamavam, lamentavam, queriam ver passado, almejavam ventos de liberdade?
Quem já ouviu, por exemplo, falar da Síndrome de Estocolmo, quando os sequestrados, sentiam-se ligados (saudosos?) de seus sequestradores?
E assim é...
O Brasil saiu de uma fase autoritária e todos pediam um Salvador da Pátria, um Sassa Mutema (quem se lembra desta personagem?). E indicavam supostos nomes “Sávio Anta”; “Saulo Maloca”, “Trancado Never”...
Por que estes nomes, pobre cidadão?
As respostas são únicas apesar de serem ditas de várias maneiras:
- Porque ele era um camelô de esquina, ficou rico e hoje é um apresentador de TV!
- Porque ele era um imigrante e se tornou um grande empresário e governador!
- Porque ele era um grande advogado, esteve metido em ditaduras e vai olhar por nós!
Estas eram as variantes que coadunam em uma só que o analfabeto funcional queria expressar:
“Por que ele ficou rico, apoiou os absolutos, explorou a mão de obra barata e ignorante e inventa prêmios para nos consolar tais como Medalha de Operário Padrão, Décimo Quarto Salário”. E aí vai conforme a falta de senso crítico dos governados e criatividade dos governantes sem escrúpulos: Fazem seus fantoches, seus símbolos para que o povo se veja representado naquele que “Veio Salvar a Pátria da Corrupção” que o “Outro” fez. Desvia-se assim o olhar do povo para o quê “Nós” usurpadores fazemos.
A custo, em meio a estes modos alienados, finalmente se instalou o Estado de Direito onde se tem conforme as habilidades e competências e não mais o quê indica para que e por quem: Sistema de Apadrinhamento Político.
Mas os defensores do Estado Autoritário querem se fazer novamente. Aqueles que escondem as suas sujeiras debaixo do tapete da sala pressionam para julgar os “Outros”.
Aqueles que querem as tetas dos favores políticos, as tetas do empreguismo, as tetas da exclusividade, as tetas dos que se acham privilegiados e que os outros são merecedores de suas pobrezas e que os outros só servem para servirem gritam:
- É ele que veio acabar com a “Corrupção no Brasil”!
-É ele o grande “justiceiro do Destino”!
-É ele a quem queremos para salvar o Brasil!
E os alienados, mal leitores, mal analistas, analfabetos funcionais engolem estes discursos. Porque como dizem: “Pensar dói e se já pensaram por nós, por que não?!”
Não param por aí. Seus descalabros inventam boatos: “O Salvador, nosso Justiceiro, está recebendo ameaças para se aposentar mais cedo.”
Os desmemoriados esquecem que estes discursos e atitudes eram próprios do Estado Autoritário que inventavam Golpes e boatos para manter a Ditadura (Monocracia – governo de uns poucos privilegiados) e evitar a Democracia.
Que ela, a Monocracia canalha, morra de frustrações e tentativas vãs. E que o Estado de Direito estabeleça a cidadã Democracia capaz de fazer do Brasil um país inserido no Pós-moderno da Globalização e não apenas como mais um país da América Latina movida por desatinos dos Coronéis.
“Ele não deve se aposentar”, assim apregoam os que sentem saudades dos tempos autoritários no qual tinham privilégios.
Não faz muito tempo elegeram o Caçador de Marajás – sendo o caçador o maior marajá como se confirmou com os fatos.
Agora querem a permanência do “Justiceiro Anticorrupção” – aquele que representa o poder concentrado nas mãos de um só grupo: empresários, proprietários, banqueiros, autoridades médicas e políticas. Querem a Monocracia em detrimento da participação popular – Democracia.
Que o povo vença e não os privilegiados.

Leonardo Lisbôa.
Barbacena, 05/07/2014.
Leonardo Lisbôa
Enviado por Leonardo Lisbôa em 05/07/2014
Reeditado em 01/08/2014
Código do texto: T4870383
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