I WILL SURVIVE ... E VOCÊ TAMBÉM

Estou aqui recordando ...

Em 1982, a nossa Seleção de craques perdeu a Copa da Espanha. Não me lembro de ninguém ter debochado, feito piada ou xingado os jogadores ou o Telê Santana.

O quê ficou registrado na minha memória foi uma inacreditável Copa. Uma Copa do Mundo que não ganhamos mas que será sempre lembrada por causa da nossa Seleção de ´82, constelação de estrelas e craques e seu grande mentor.

Por eu ter praticado o futebol como se fosse uma religião por um mês inteiro. Por ter me apaixonado ousadamente aos vinte e um anos de idade. Por ter sonhado que nem a Alice e perdido momentos maravilhosos. Aí estão as razões por eu não mais torcer fanaticamente em nenhuma Copa Mundial. Dói demais sofrer por algo que não temos controle. Quando se tem cinquenta e três anos e pressão alta, o melhor é ficar quietinha no canto apenas observando com o rabo do olho.

Também já fui apaixonada pela política, acreditando cegamente na ilusão de um partido que eu praticamente vi nascer. Dói ver um sujeito nascido no meio do povão virar a casaca. Dói você ver o suposto herói da pátria virar um bandido de colarinho branco. Mas, estou aprendendo, e também entendendo. Quando outubro chegar quero estar preparada para votar em quem vai comandar a nossa Nação que precisa urgentemente de um líder que seja pai de todos e não padrasto maldito. Pode até ser uma líder mas, que seja mãe carinhosa que saiba compartilhar e tomar decisões que favorecem e protegem seus filhos. Que não haja cabo de guerra, onde a corda sempre arrebenta pro lado do mais fraco. Espero que possamos pular corda ou cirandar em sintonia quase que perfeita ao som de alguma cantiga harmônica minimizando os contratempos e desgastes. Precisamos progredir sim mas, antes de mais nada temos que pôr ordem nessa casa que não pertence só a Mãe Joana.

Não estou de luto por causa do 7 X 1 mas estou sim cá no meu cantinho com a minha melancolia e ouvindo Cartola. Não vou deixar de torcer pela Seleção nem vou zoar por que deve estar doendo, e muito, na criançada que vestiu a camisa e querendo sentir o gostinho do primeiro mundial conquistado. Infelizmente, não aconteceu e dói ... mas passa. Se não passar, então casa logo de vez. Dizem que tudo passa quando a gente casa. Pra alguns melhora ainda mais depois do divórcio.

Precisamos aprender a comemorar por estar entre as quatro top seleções do mundo. Certo que o sabor não é o mesmo mas, nem sempre vamos ter ou ganhar aquilo que achamos merecer. Quem sabe a hora é Deus. Só Deus.

Essa Copa de 2014, na minha opinião, teve comentarista demais, stand up comedy virtual demais, deboche demais, charges humorísticos demais ... Overdose de tudo e mais um pouco que tivemos que engolir. Uma Copa com cozinha regada à Internet, Face Book, muito hi-tech e humor. Bom extravasar mas ... Deixa quieto.

Provaremos mais uma vez que somos íntimos com a superação, até com a suposta vergonha que aliás, nunca foi o nosso forte. Não levemos jeito pra ser formiguinha. E YES! Nós temos bananas! Muitas bananas das mais variadas! Temos não uma mas, duas ou até três safras por ano e são de uma abundância e exuberância espetacular de causar inveja a muitos países. Por isso sempre seremos a cigarra sem pressa e preocupação. Somos uma brava gente que madruga, rasga a fantasia e sai com a cara de pau e pouca roupa, ou sem, por que moramos num país tropical, somos abençoados por Deus e lindos pela mistureba toda de sangue indígena, africano e europeu.

Somos sim, um povo de muita fé que compartilha da mesma nacionalidade que Deus. Somos a mistura de muitas raças, tradições, talentos, culturas multifuncionais e facetas que nos permite um multicolorido todo especial, exclusivo ... UNO.

O Primeiro Mundo comenta com ironia que fazemos festas demais, temos feriados demais, porém desconhece o quanto trabalhamos duro e como ganhamos um salário bem inferior ao do trabalhador europeu e norte americano. Vamos levando a vidinha em frente mesmo com tantos impostos e uma roubalheira sem fim mas, mesmo assim, temos fé que tudo vai dá pé. Só mesmo os mais fortes sobrevivem aqui e que perdoem o linguajar, somos FODA mesmo! E que venha o nosso Brasileirão! Que os jogos comecem! Que o nosso time do coração volte logo ao campo e que a nossa Nação possa pisar firme, nos encantar com bicicletas e dribladas, tropeçando e até desfilando aquele charme todo que exala brasileiridade, tanto dentro quanto fora do gramado. Não precisamos importar jogador. Quem sabe podemos pensar sim em contratar bons políticos e administradores estrangeiros antes que a nossa casa seja vendida ou caía de vez por descuido e desamor. O nosso orgulho tirou férias por um tempinho mas, voltará em cheio como sempre volta e com a esperança de bons jogos por vir, muitos clássicos, belas jogadas e principalmente, uma vida melhor que todos nós brasileiros queremos e que podemos ter a partir das próximas Eleições.
Calada Eu
Enviado por Calada Eu em 11/07/2014
Código do texto: T4878102
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