"Dilema de um Dilema"
E por que então tentaria eu pensar na resposta,
Sendo que para responder a maior de todas as perguntas
Eu teria de ser eu mesmo o tempo todo?
Quem sou eu?
Quem sou eu?
Quem sou eu que às vezes nego apego aos meus queridos
E estendo a mão a quem me nega abrigo?
Quem é essa criatura que passa e sempre deixa rastros,
Ora belos, ora trágicos?
Ora bolas, quem sou eu e ponto!?
Ponto... ponto... ponto
Esse ponto só me traz dúvidas, dúvidas e dúvidas.
Eu não tenho nada além de dúvidas...
Ou melhor, tenho sim!
Tenho uma certeza única e incontestável.
A certeza de que minhas meias têm furos enormes,
Fora isso, mais nada, só dúvidas...
Ah! Essas dúvidas.
São minhas companheiras desde quando me lembro,
Desde quando, inocente, procurava impotente o entender das pirraças dos moleques, das brincadeiras das meninas, as cores, os tempos, as flores, os medos...
E então, eu fico me perguntando: pra onde vão tantas dúvidas? E sem resposta, ganho apenas mais uma...
Certa vez me contaram coisas de Deus.
Deus era a chave de todas as portas, o caminho pra todos os lugares, o fogo que forja a verdade...
Daí, eu disse:
Quem é Deus? Onde está? Como é?
E mais uma vez ninguém me deu a resposta.
Só me disseram que ele era responsável por minha existência, que era alguém que pensava em tudo e em todos, o tempo todo.
Que vivia num lugar aonde poucos chegavam, onde só ele e seus queridos moravam.
E desse lugar ele via o mundo todo, sabia de tudo que se passava, mas mesmo sabendo, não podia fazer nada...
Foi então que, de tantas dúvidas, uma escolheu,
Baseado na loucura da loucura que viveu,
E a resposta desse dilema, com outro resolveu:
Pergunte quem é deus e respondo deus sou eu!
(Bruno Mariano Cavina)