"Dilema de um Dilema"

E por que então tentaria eu pensar na resposta,

Sendo que para responder a maior de todas as perguntas

Eu teria de ser eu mesmo o tempo todo?

Quem sou eu?

Quem sou eu?

Quem sou eu que às vezes nego apego aos meus queridos

E estendo a mão a quem me nega abrigo?

Quem é essa criatura que passa e sempre deixa rastros,

Ora belos, ora trágicos?

Ora bolas, quem sou eu e ponto!?

Ponto... ponto... ponto

Esse ponto só me traz dúvidas, dúvidas e dúvidas.

Eu não tenho nada além de dúvidas...

Ou melhor, tenho sim!

Tenho uma certeza única e incontestável.

A certeza de que minhas meias têm furos enormes,

Fora isso, mais nada, só dúvidas...

Ah! Essas dúvidas.

São minhas companheiras desde quando me lembro,

Desde quando, inocente, procurava impotente o entender das pirraças dos moleques, das brincadeiras das meninas, as cores, os tempos, as flores, os medos...

E então, eu fico me perguntando: pra onde vão tantas dúvidas? E sem resposta, ganho apenas mais uma...

Certa vez me contaram coisas de Deus.

Deus era a chave de todas as portas, o caminho pra todos os lugares, o fogo que forja a verdade...

Daí, eu disse:

Quem é Deus? Onde está? Como é?

E mais uma vez ninguém me deu a resposta.

Só me disseram que ele era responsável por minha existência, que era alguém que pensava em tudo e em todos, o tempo todo.

Que vivia num lugar aonde poucos chegavam, onde só ele e seus queridos moravam.

E desse lugar ele via o mundo todo, sabia de tudo que se passava, mas mesmo sabendo, não podia fazer nada...

Foi então que, de tantas dúvidas, uma escolheu,

Baseado na loucura da loucura que viveu,

E a resposta desse dilema, com outro resolveu:

Pergunte quem é deus e respondo deus sou eu!

(Bruno Mariano Cavina)

Bruno Mariano (Gardeniro)
Enviado por Bruno Mariano (Gardeniro) em 15/05/2007
Reeditado em 21/07/2009
Código do texto: T488422
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