Genipapeiros

Da infância me vieram lembranças, quando num daqueles " papos " no boteco, onde se falava de licores e sua doçura enjoativa, mencionei o licor de Genipapo como sendo o mais enjoativo de todos. Foi então que se deu a lembrança, lembrei que no meu quintal, há muito, houvera um frondoso Genipapeiro. Mesmo não sendo apreciador da fruta, foi doce lembrar da árvore. Era alta, fazia uma suave e agradável sombra do lado esquerdo do quintal, tornando assim o local, a parte mais apreciada do quintal. Um espetáculo à parte, era o Periquito Jandaia: ave silvrestre, que adquiri em tão tenra idade, que ainda não tinha penas e precisava que déssemos o alimento em seu bico, por isso, era manso e criado solto, e fazia portanto do Genipapeiro seu lugar preferido, era lá que o encontrava quando chegava da escola. E em meio a tantas lembrança, que me veio a seguinte pergunta: Por onde andam os Genipapeiros e Genipapos? Nem fruta nem árvore eu vi mais. Perguntei aos colegas de drinks, se alguém sabia onde tinha um Genipapeiro a resposta foi unânime e em uníssono, ouvimos um sonoro não. Um dos amigos sugeriu que o sumiço dos Genipapeiro deveria ser investigado, e registrado. Rimos entre goles de vinho e mudamos de assunto, que ressurgiu, quando já dentro do carro pra ir embora, três batidas no vidro me alertava para ouvir o amigo dizer: Não esquece de escrever sobre o Genipapeiro.