Brilho

Aos olhos aparecerá como uma estrela alva, de raro esplendor. Quem resistiria à ela? A contemplação apenas, um insignificante ato, enche de indisfarçável prazer a alma que fixará à partir desse momento os olhos no brilho que muito provavelmente nem exista.

Não importa, aliás, nada importaria. Melhor seria não tê-la visto mas como já são águas passadas que siga acontecendo, que siga o eternamente seu curso. O que brotará de lá? O que fará essa admiração sem sentido subsistir? Pouco importa.

Aí tem clara e cristalina a essência do que ordinariamente chama-se amor, um fascínio impossível de se resistir, mesmo isso significando a possbilidade de dor. Aos olhos que sentiram tal brilho, basta apenas a ilusão de poder vivê-lo em plenitude.

André Vieira
Enviado por André Vieira em 16/05/2007
Reeditado em 16/05/2007
Código do texto: T488911