Ariadne

Foi amor à primeira vista! E também quero dizer que foi uma longa espera, um longo caminho. Quando dei por mim estava a caminhar grandes distancias. Enveredei por trilhas perigosas, por trilhas esburacadas e tortuosas. Não tinha a plena certeza de quando chegaria à hora, e quando conheceria e do quanto me emocionaria no tão esperado encontro.

Enquanto percorria por infindáveis estradas solitárias, sentia que estava em uma grande jornada, uma importante corrida pela vida.

Não queria saber o quanto me desgastasse, o quanto me sufocasse entendia por mim o quanto era frágil que daria ate a ultima gota de energia.

Ah, mas foi um grande susto quando a certeza veio abruptamente interrompendo a calmaria da manha! Ela chegou com espantosa alegria sorrindo vermelho róseo que corava toda a sua face. Os olhos brilhavam e vibravam diante a minha surpresa e cara boquiaberta. Sem entender nada. Ela saltitava e eu mal conseguia ouvir e compreender o que dizia. Aquela manha mudou tudo e todos.

O momento fora contemplado, compartilhado com duvidas, inseguranças e incertezas. Mas, a euforia foi provocante e tudo passara rápido e tudo se demorava eternidades. Nada parecia ser tão bom, pois naquele momento estava a virar uma nova pagina da vida.

Escrevi uma emocionante historia de amor onde duas pessoas venceram obstáculos para se unirem. Agora há uma pagina em branco esperando as novas experiências.

Já haviam me dito muitas coisas boas, ruins e horríveis que descartei. E foi mesmo a maior das emoções quando no primeiro encontro lhe disse que a amava. Ainda que não estivéssemos vendo um ao outro. Era como uma parede densa entre nós. Eu falava mais, mas ela desde que passou a reconhecer a minha voz sentia minha presença e eu sabia que ela gostava de me ouvir tagarelar as coisas mais simplórias da vida, do cotidiano. Admirava-a profundamente. Dizia-lhe todos os dias o quanto ela era importante para mim. Ela também me amava. Eu sentia que sim desde o momento em que nos encontramos. Não conseguíamos nos desfazer da ligação inexplicável que tínhamos.

Quando a peguei em meus braços pela primeira vez quase sofri um ataque cardíaco. Ah, mas como quis beijar, apertar e lhe dar um abraço infinito! Aí ficava ali feito bobo olhando para ela a me provocar com um sorriso para o vazio.

Confesso que me derreto todo quando sei que agora ela sorri quando me vê.

Agora também acredito que nada do que me diziam era tão profundo e que não passava de palavras meramente superficiais. Pois me sinto completamente ligado a ela de uma forma que não sei explicar. Realmente é inefável.

Amo-a mais do que qualquer coisa na vida. Que farei tudo o quanto puder enquanto me restar uma centelha de vida. Não sei passar um átimo sem pensar em sua magnífica existência. Um verdadeiro milagre da vida!

E é tão frágil. Sinto dores em todo meu corpo por saber que não poderei protegê-la de todas as circunstancias que a vida impõe e o que jogam na nossa cara todos os dias.

Às vezes acordo pela manha e me passa fugazmente a memória: que a vida tomou um novo rumo.

Vou aos prantos só ao ouvi-la respirar e depois tentando pronunciar palavras indefinidas. Sei que minhas lagrimas escorrerão copiosamente quando minha querida Ariadne disser pela primeira vez: “PAPAI”.

Geovani Silva — Contos e Crônicas

Geovani Silva
Enviado por Geovani Silva em 21/07/2014
Código do texto: T4890465
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