O FLAMENGUINHO DO RETIRO

FLAMENGUINHO DO RETIRO

A saudade bate no peito e não tem jeito, as lembranças afloram.

Nos idos de 1963,com a idade de 12 anos conheci o Flamenguinho do Retiro, bairro onde resido ate hoje e não pretendo deixa lo.

Na realidade Sociedade Esportiva Retiro era o verdadeiro nome da agremiação, mais para nos os meninos daquela época era o Flamenguinho e pronto esta acabado.

A equipe era esta:

Zoinho, Louro, Paulao, Lasqueta e Vicente. Amado,Joaquim e Duia.Lourival,Oswaldo Carijo e Tatu.

O centroavante Carijo, como nos o chamávamos era um atacante que dava gosto ver jogar, artilheiro da equipe, possuidor de um ótimo domínio da pelota, clássico como ele so. E os outros?

Duia, meia esquerda de grande talento e muita raça.

Era um timaço, conquistando muitas vitorias memoráveis.

Todo domingo a tarde era uma festa e muitos causos pitorescos aconteciam ali, como por exemplo, o dia que o Bororo, em uma briga com o Joao Careca, deu um tiro de garrucha no próprio pe. Pode isso, O cara acertar o próprio pe com a própria garrucha?

Teve um dia em que durante uma briga dentro do campo, o Seu Coutinho, pai do carijó partiu pra cima do agressor do filho com o seu inseparável guarda chuva. Não que o Oswaldo precisasse de ajuda, pois o mesmo era forte como um touro mais sabe como para o velho Coutinho não foi diferente , para os pais os filhos são sempre crianças.

A torcida feminina era um capitulo a parte, chovesse ou fizesse sol, la estavam elas.

-Vai tatu, cruza esta bola pro Oswaldo//

Vai Lorival, vai pra linha de fundo, olha o Duia sozinho na área.

A própria esposa do presidente , o Lima era a mais entusiasmada e junto com as outras faziam a maior algazarra.

Eu fico pensando:

Se o Volta Redonda FC, time profissional da cidade fosse criado naquela época, ia ser difícil ganhar do nosso Flamenguinho.

Olha eu sou torcedor do Botafogo , mais era lindo ver nos domingos ensolarado aqueles atletas vestidos com a camisa rubro negra, os calções brancos e as meias rubras entrar em campo sob aplausos e muitos foguetes.

Pena que um dia, a ditadura fechou os dois campos , o do Flamenguinho e o do Tamandaré por mais de 20 anos. Creio que isso contribuiu para a proliferação da droga, pois aquele era o único divertimento, a unica distração daquela juventude.

O tempo passou e agora só restam lembranças, mais o Flamenguinho e eterno e não vai morrer nunca.

Agora existe no local o estádio ‘’Cipozao’’ mais o futebol já não e o mesmo.