Literatura sem fronteiras

Um diálogo com a história planetária! Somente quando você tem o destino em suas mãos, o ser humano que navegou os sete mares não pertence a mais ninguém, pertence a todos, ou seja, ele pertencerá somente ao tesouro que escolher.

Na captura da primavera da literatura travei árdua batalha à busca da luz, mas o implacável guerreiro das trevas sempre me arma árduas emboscadas. No ponto de ônibus um analfabeto procurava pelo ônibus para Cascadura, eu disse: ele acaba de sair. O que ele me respondeu: não sei ler e preciso levar este buquê de flores para a Dama das Camélias. Pronto! Estou diante da Divina Comédia! Sinto tanta falta das Luzes da Ribalta.

Tentei amarrar a história, mas ela foi embora no suspense, na queda das barreiras caí na bastilha da Revolução Francesa, na capital mundial do glamour, ali no café Versailles bati de frente com Victor Hugo, que logo me apresentou os Miseráveis e a foto do Corcunda de Notre Dame; ali ao lado estava o Poeta Rimbaud fazendo um estágio no inferno sendo entrevistado pelo lendário jornalista Jon Wilde que acompanhava a mulher que ditava a moda em Paris (Madame Chanel), notei em sua mão um romance de Pusk.

De volta a São Paulo, ai sim encontrei-me com a Estação da Luz naquela revolucionária exposição de 1922 onde Anita Mafatti distanciava-se da burguesia com seu quadro antropofagia e ao mesmo tempo Tarcila do Amaral, a pintora mostra seu trabalho revolucionário o quadro Abapuru e resgata a nova mulher mundial e deixa a ver navios as mulheres rechonchudas e de cabeça pequena e ao mesmo tempo homenageiam os divisores de águas Mário de Andrade e Oswald de Andrade, esses seres humanos do antes e o depois que deram um perdido no arcaico arranca os brincos da burguesia dos clubes fechados e abrem uma janela para o novo.