Pais & Filhos.

Passamos por duas primordiais etapas da vida; Pais & Filhos.

Confesso que tive uma convivência tumultuada com meu pai na infância e adolescência, tinha por ele muito mais medo do que respeito, tive dores do cabresto dobrado no lombo, muitas vezes injustamente por qualquer decá uma palha. Não guardei ódio, por ser ele de um outro tempo, a era do carrancismo, das palmatórias nos estabelecimentos de ensino. Falava-se na lei da chibata. Com toda sua rudez nunca deixou faltar o necessário para a sobrevivência e nunca deixava de socorrer os filhos nas horas difíceis.

Minha compreensão de filho nasceu na maturidade.

Confesso que fui um pai um tanto distraído, não soube curtir a beleza infantil e juvenil de meus filhos. Quando precisava um corretivo, usava um diálogo severo, bater nunca, se não podia dar-lhes conforto, pancada nunca. Procurei passar a educação de berço. Sempre dizia; é melhor o conselho do pai do que a borracha da polícia, mas sempre de maneira dura e repressiva. Uma vez disse para meu filho que não gostava de levar desaforo para casa; o dia que ele mandasse alguém para a vala porque fora agredido física ou moralmente, eu gastaria os últimos centavos para tira-lo da cadeia, mas se fosse por furto ou droga, era melhor falar que o pai já era falecido. Ainda bem que nada disso aconteceu.

Nunca pude dar-lhes roupas e calçados de grife, mas nunca deixei-os maltrapilhos, nunca tive condições de dar-lhes mesadas, mas jamais deixei faltar o pão de cada dia. Ajudei-os na instrução fundamental. Uma mãozinha no segundo grau. Uma filha chegou a universidade por esforço próprio.

Embora sabendo que esses dias especiais “Pai” Mãe” “Avó" são jogadas comerciais,mas tenho que adaptar a esses tempos modernos. Meu pai já viajou para uma outra dimensão, faz um tempinho. Que os pais do Brasil festeje com seus filhos esse dia especial "10 / 08 / 2014" Dia dos Pais.

Lair Estanislau Alves.