A promessa é acabar com os miseráveis

“Vou acabar com os miseráveis” disse um dia a insensatez,

fica o não dito pelo um maldito.

Os miseráveis são derrotados e precisam ser exterminados,

vão viver desprotegidos, tal semente mal plantada, gera frutos apodrecidos.

É prato cheio pra morte, quando lhes acaba a sorte, na forma de um delinquente,

são entregues a Polícia, por seus familiares,

e os políticos com ética sempre obscura,

usam da fome para aumentar a ditadura,

aumentando a sua renda, comprando a alma do pobre,

construindo altos muros, adquirindo fazenda,

acabando o seu futuro, numa vida nada nobre.

O dilema que não sossega: o miserável se entrega?

A que preço é comprado? Faça uma oferta que aceite:

uma bolsa, um cimento, que tal uma lata de leite?

Carro pipa é bem da hora, para não morrer de sede;

Ele tem medo de espora, mas um cavalo é bem-vindo.

Uma dentadura ele aceita, até de segunda mão,

recebe até um caixão, por não sentir-se mais gente,

faz pacto até com o diabo, para ganhar seu tostão.

O pobre sempre vai dever favor, com um cabresto no pescoço,

Não morreu, por sua culpa, engravida a família pela sabedoria sem lucidez,

Quer receber mais bolsas todo mês, achando que isso é o céu.

Enquanto isso, lá de cima do poder, eles também querem o ferrar

Com essas migalhas continua sendo fácil a compra desse pobre tabaréu.

Falta luz, “liga o fifó, amanhã vai ser mió, quem disse foi coroné”.

A esperança está deitada, mas a realidade está de pé,

E deixe ele pensar que fazendo filho e sem trabalho vai sempre comer filé.

Incentivando a preguiça, transforma o povo em mundiça,

jogando sinuca e tomando cervejas.

Fica escondido nas sombras, para que ninguém o veja antes da eleição.

O que vai ser do seu futuro, sem uma escola decente,

pra toda essa nossa gente, aprendendo uma profissão?

Opção não mais lhe resta, mas sai de festa e entra em festa,

pensando que está curtindo, embriagado e sovino,

sofrendo o seu destino, por total invalidez sem ver a humilhação.

Preferem ver na cabeça as bolsas voando, que um trabalho na mão.

O que fazer com o dinheiro, que recebeu como esmola,

Que não lhe garante a saúde, segurança ou escola?

A educação é uma miséria!

Acabar com os miseráveis talvez fosse “acabar com a miséria!”

– “Relaxe e goze” alguém disse. Isso foi grande pilheria.

Quando passa o tempo e nada acontece, a paciência padece,

Então ele vai lá na feira do rato, conversa com mané gato,

Compra uma arma de "tonho galo", conta sua história a “Jacaré”

Ouve conselho idiota, e acha que encheu a sua quota,

Chateado sai pra rua, vendo que agora não é mais sua,

Foi ludibriado por um sistema, que não quer acabar com a miséria.

Acabaram com os miseráveis? Não! Aumentaram os delinquentes na prisão!

Coitado do cidadão ... Esse é o fim de uma Nação.