Foto: Feitosa dos Santos - Bohéme Royal Hotel Bogotá

jarro quebrado
 
 
Somos sabedores que durante a vida existencial das pessoas, há elos que congregam os atos e fatos no entorno desses indivíduos. Nada acontece por coincidência, penso eu, mas porque estar escrito, não em papel ou em outro artefato qualquer, porém num plano superior tão divino, que não povoa à compreensão humana.

Cada pessoa na sua individualidade constrói aquilo que lhe parece favorável, durante o seu perambular por estas terras. A pessoa tem livre arbítrio para direcionar a sua vida, seu modo de pensar, sua maneira de enxergar o outro e até mesmo de acreditar estar plenamente suprida da verdade, da compreensão daquilo que ela consegue ver.

A verdade enxergada por cada pessoa é discutível. Necessário se faz, porém, que esta pessoa aceite o fato como premissa. E se o fato é uma premissa, ou seja, verdadeiro ou falso, a partir desse conhecimento, todo o fato será tratado levando-se em consideração os seus opostos.

Eu tenho como teoria: o verbo ver, não é a mesma coisa que o verbo enxergar. Quando apenas se vê, obtém-se a forma, o contorno; mas quando se enxerga, percebe-se o composto, os detalhes, as partes que formam o todo.

No geral o ser humano, não atina para a importância daquilo a que chamamos de verdade. Ouvem, veem e logo tiram suas próprias conclusões. A mente humana e repleta de subterfúgios, caímos em esparrelas, quase sempre sem perceber e quando percebemos a falha, na maioria das vezes já não há conserto.

Tanto a verdade como a inverdade é discutível. O que não se pode é agregar valores, ao que não se admite valorar. A verdade não se constrói por meio da percepção, esta só é digna de credibilidade, quando balizados forem os seus opostos.

Quando um jarro é riscado, não importa se de barro ou de cristal, a premissa do conserto pode ser verdadeira ou falsa, porém uma vez quebrado, não há concerto.
 

 
Bogotá 16/08/2014
Feitosa dos Santos