Amor, eterno amor...

Para quem não acredita que o amor eterno existe, uma advertência: ele existe sim. Mas não necessariamente numa mesma pessoa. O amor é eterno, os amantes é que não. Às vezes, lutar pela eternidade de um sentimento é investir contra moinhos de vento, lutas inglórias que nem sempre vingarão. O que importa é a intensidade do sentimento enquanto dure e não a sua longevidade sem sentido, sem vida, sem calor. Por séculos, as pessoas se viram escravizadas a um conceito de eternidade quando se uniam diante de Deus. O juramento feito diante do altar não podia ser quebrado sem uma maldição, fosse ela dos homens ou de alguém em nome de Deus. E quantas pessoas sofreram, morreram, se aniquilaram ou foram aniquiladas por estarem eternamente ligadas em nome de um amor que já não existia mais. O mundo deu voltas, a sociedade evoluiu, mudou seus conceitos e instituiu a liberdade por escolha nessa união sacramentada quando a vida a dois deixa de fazer sentido. Os primeiros divórcios no mundo foram uma agressão à tradição das famílias, aos dogmas da igreja e aos olhos conservadores da política social. Mas com o tempo, as cabeças mudaram, e a modernidade falou mais alto, instituindo a liberdade do homem ao ser dono de sua própria vontade quando se tratava de uma união. Hoje, essas histórias de amor que se dizem para sempre quando são abençoadas muitas vezes duram muito pouco. Não porque o amor mudou. O que mudou foram as pessoas e amar passou a ter vários sentidos. A paixão, o interesse, o comodismo e até mesmo a falta de outras opções de vida, muitas vezes levam um homem e uma mulher ao altar e a união que acontece de repente fracassa. Assim que a ilusão ou entusiasmo com a vida a dois se acaba, ou quando os problemas começam a surgir, a estrutura se abala e o destino quase sempre é cada um para o seu lado. Como dizia a música, “o amor que tu me tinhas, era pouco e se acabou”... Mas se tiver sido intenso e lindo pelo tempo em que durou, terá valido a pena, será inesquecível e sempre terá cheiro de saudade. Porque amor é assim, sem tempo de validade, sem destino certo, sem escolhas: pode acontecer ao acaso, quando menos esperamos, sem pedir nada em troca, sem represálias ou imposições. Amor tem que ter sabor de beijo, cumplicidade no olhar, suspiros no ar, disparos no coração quando a gente vê a pessoa amada. Que seja longo ou breve, não importa... O que importa é a intensidade e a ternura que ele é capaz de trazer para os corações apaixonados, fazendo com que a vida realmente valha a pena de ser vivida. E que possamos viver amando eternamente, sempre que der...

maria do rosario bessas
Enviado por maria do rosario bessas em 25/08/2014
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