ESSA TAL COISA CHAMADA CONFIANÇA

Pedro 43 anos completamente apaixonado pela primeira vez em toda sua vida.

Homem matuto, daqueles que viveu a vida toda no interior cuidando

das plantações, dos gados, da roça, longe de qualquer civilização. Um belo dia conheceu uma mulher e se encantou por ela. Foi até Gonçalo seu vizinho mais próximo, que era motorista de um ônibus escolar; e pediu para que ele lhe ajudasse a escrever uma bela carta a sua amada. Pediu também que botasse perfume, laço de fita e uma pétala de rosa... Enviou um beijo cheio de amor.

Dias depois ouvindo a rádio da cidade, prestou atenção na mensagem do dia e tal foi seu espanto que aquela mensagem era nada mais nada menos que a sua carta... era pra ser segredo, palavras tiradas de um peito apaixonado para sua pretendente e veja so! Todos ouvindo!...

Pedro ficou furioso,indignado, fora de si, foi direto falar com Gonçalo que já estava com as malas prontas para ir passar uns dias na casa de uma tia na cidade grande, e claro! Maldosamente fugindo da burrada que fez, pois o mal feito ja estava feito e corria o risco de ser punido. Pedro alcançou Gonçalo na estrada rumo a Rodoviária.

- Safado! Malandro! Usou minha carta sem a minha na rádio!

Isso não se faz... Venha cá, deixa eu te dar um corretivo, seu traiçoeiro!..

Gonçalo sem ter como fugir, pediu desculpas a Pedro e propôs

escrever outra carta ainda mais caprichada qual a moça não resistiria as palavras e letras e viria correndo para os braços do seu galanteador.

Pedro que só pensava na doce amada e na linda carta de amor, e nos olhinhos dela brilhando, no sorriso encantador, e no jeitinho meigo e carinhosos da moça que aceitou a sem fácil a proposta do amigo traíra.

No entanto assim que Gonçalo terminou de colocar o ponto final na última linha do segundo lado da folha de um velho caderno brochura, Pedro pegou-a, dobrou-a e guardou-a no bolso dizendo:

- Esta agora fica comigo e quem entrega sou eu... Posso ser simples, posso não saber ler nem escrever, mas sei que confiança é algo que agente perde fácil e talvez não vivemos o tempo suficiente para recuperar.

*2

Lee Nunes
Enviado por Lee Nunes em 26/08/2014
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