O Político que Virou Suco

Estamos preocupados em saber quem vai ser o presidente. Mas alguém já disse com muita propriedade que “a soberania nacional reside no senado e na câmara”. Ora, se essas duas casas constituírem-se de elementos inescrupulosos, latifundiários, grandes proprietários de terras improdutivas, mancomunados com interesses empresariais que visam somente o lucro, subservientes a conglomerados internacionais que objetivam o aumento sempre crescente da remessa de lucros, pessoas enfim preocupadas unicamente com a manutenção dos seus haveres, para usufrui-los em vida e depois transferi-los a seus familiares, qual poderá ser o destino do país e da sua população? E que presidente poderá ter condições de reverter ou atenuar esse quadro, totalmente desfavorável às pessoas comuns que o elegeram? Se não poderá governar sem o senado e a câmara?

Mais importante, portanto, que a formação cultural, intelectual ou acadêmica é a formação moral. Capaz de habilitar o indivíduo a colocar os interesses do país acima dos interesses pessoais. Não apenas no plano da retórica, como fazem os sofistas, categoria na qual provavelmente poderia ser encontrada a maioria dos ocupantes do senado e da câmara nos últimos 50 anos. O que não deverá mudar muito nas próximas eleições.

Então deveríamos olhar mais criteriosamente os candidatos ao senado e à câmara. Conhecer melhor suas vidas públicas, seus currículos, sua vida pregressa, seus atos públicos, os atos delituosos ou ilícitos de que porventura tivessem tomado parte, as ações em defesa dos direitos dos cidadãos, da integridade nacional, da sua capacidade de torcer pelo Brasil – enfim, de ser nacionalista. Como todos os países são. Pois os que nessa condição não se encontram, acham-se inteiramente nas mãos das nações mais poderosas. Que não admitem a menor tendência ao nacionalismo, por parte das nações que objetivam dominar. Porque o nacionalismo conduz necessariamente à maior independência. Embora as nações dominantes não abram mão de defender com intransigência os seus próprios interesses nacionais. Exatamente para continuarem dominadoras.

Se o país depende muito mais da câmara e do senado, os candidatos a essas duas casas deveriam ser exaustivamente sabatinados pela população. Que deveria extrair-lhes “o suco”, para que pudessem ter o melhor para oferecer depois de eleitos.

Rio, 05/09/2014

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 06/09/2014
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