COXINHAS E GUARANÁS

COXINHAS E GUARANÁS

Robertinho era um menino esperto, mas muito malandrinho. Chegou à panificadora do seu Manuel, e foi logo pedindo:

- Me dá um guaraná e uma coxinha!

- Não vais almoçar não, garoto?

- Vou. Mas quero um guaraná e uma coxinha!

- Tá bom. Vou pegar. Mas pera aí, você trouxe o dinheiro para pagar?

- Precisa?

- Claro que sim, garoto.

- Põe na conta do meu pai.

- Só se ele autorizar.

- Mas porque o senhor complica as coisas? Eu só quero um guaraná e uma coxinha!

O dono da panificadora começou a se irritar. Não podia perder tempo, pois a fila já estava se formando.

- Seu Manuel, olha a fila. Estamos com pressa.

- Espere um pouco, vou atender o pessoal e já converso com você.

O menino já estava sem paciência e ficava se torcendo todo e com uma cara.

- Vem cá, menino. Não está na hora do seu almoço?

- Mas eu quero um guaraná e uma coxinha. Só isso.

Para não ficar perdendo tempo, o português disse:

- Pega lá o que você quer, e depois converso com seu pai.

Pegou o saquinho com o que pediu e saiu alegre da padaria. Mas saiu atrás para ver o que ele estava aprontando. Só deu tempo de vê-lo virando a esquina. Foi atrás.

Qual foi sua surpresa ao ver para o que ele queria a coxinha e o guaraná. Era para um mendigo, bem velhinho.

Os olhos do mendigo brilharam ao ver o alimento.

- Meu filho, Deus te abençoe por isto. Que você seja abençoado.

Seu Manuel, sensível, virou para o garoto e disse:

- Você não me deve nada. Já me pagou.

13/09/2014

lmorete
Enviado por lmorete em 13/09/2014
Código do texto: T4960912
Classificação de conteúdo: seguro