"A HONRA PELO BIGODE" Crônica de: Flávio Cavalcante

A HONRA PELO BIGODE

Crônica de:

Flávio Cavalcante

Antigamente homem de palavra se encontrava em toda esquina, hoje em dia este assunto é um artigo de luxo e um caso quase em extinção em nosso país. Mas por que será que ser honesto é sinônimo de piegas para uns e se torna desconhecido para outros? Na época dos meus avós a honra pelo bigode era um assunto muito sério e respeitado. O homem tinha palavra. Bigode era sinônimo de honestidade. Quanto maior fosse o bigode do cidadão mais honesto ele era. A palavra final de um homem era tratada à risca. O brasil retroagiu ano luz nesse requisito. Chegou num estágio epidêmico que vai ser difícil convencer o contrário ou haver uma mudança por um longo período, mesmo que comece a trabalhar a cultura desde já. A desonestidade virou uma zona de conforto no Brasil e isso foi enraizando profundamente e o que temos hoje em dia como resultado é a cara de pau até nos lugares que deveriam dar bons exemplos. Que deveriam honrar os bigodes de outrora.

Estamos em ano eleitoral. A cúpula desses desonestos formou partidos. Deitou no berço esplendido de fartura e pasto rico, adubou sementes ruins. O habitat foi propício para proliferação de vermes nojentos já em estado de putrefação. Todos querem mamar um pouquinho na teta mãe gentil. E pra adentrar pela rampa da casa grande, cada um aparece com a sua proposta de mentiras na intensão enganar trouxas para adquirir votos para também fazer parte da gatunagem que já existe lá dentro. Se trata de raposas velhas, parasitas que se aproveitam da quietude e da humildade do povo para sugar sua última gota de sangue.

O cidadão virou refém de uma minoria fechada e perigosa. Eu sinto falta dessa honra que meus pais e avós falavam, e rezavam aos nossos ouvidos todos os dias. Embora que, honestidade já vem de berço. Conheço caso de pessoas que nasceram de família perturbada e no entanto, seguem uma vida oposta da que eles foram acostumados a conviver no seu dia a dia. Também o inverso é fácil de se encontrar acredito que é mais fácil ainda, pois honestidade também é questão de cultura e num país onde mais de noventa por cento das pessoas não sabem o verdadeiro significado deste requisito, posso até dizer que é algo normal. Não há culpa quando com relação à educação e a cultura o berço não foi tão esplêndido assim.

Existem países que carrega a honestidade como um troféu e respeita veemente o seu patriotismo. Outrora o nosso país era assim também devido a educação que tínhamos nos colégios públicos e em casa; pois os nossos pais faziam questão de manter o respeito dentro lar, repreendendo qualquer um que ousasse fugir das regras impostas por eles.

A desonestidade que antes era uma sobremesa na mesa do brasileiro, hoje virou prato principal. O se dar bem em tudo e de maneira fácil deixa o cidadão numa zona de conforto grudado igual a um parasita. É uma enfermidade crônica que não se consegue largar fácil, como qualquer vício. Precisa ter muita cultura e é notório que nesse requisito o nosso país deixa bastante a desejar. Talvez se a base começar com uma nova política nas nossas próximas gerações, acredito que pode ser que tenha alguma mudança, mas isso não é uma tarefa para um ano nem dois; talvez séculos. Isso se houver essa consciência de nossos comandantes o que é praticamente impossível; pois, também gozam dessa zona de conforto e ainda incentivam o cidadão a deixar nesse ninho marasmo, oferendo o que eles chamam de bolsa família e outras beneficies errôneas dada de mão beijada e em mãos erradas.

Os bigodes de nossos antepassados hoje estão só fazendo parte do charme masculino de nosso cidadão. Acabou o significado real do homem de palavra, lamentavelmente.

DESSE JEITO NÃO VAMOS TE MUDANÇA NUNCA

Flávio Cavalcante

Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 20/09/2014
Código do texto: T4968937
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