Voltando a Portugal III

Saindo do Porto fomos a Amarante, a terra de São Gonçalo, santo que ficou associado aos casamentos e à fertilidade. Conta a lenda que as mulheres, desejosas de engravidar, terão seus pedidos concedidos colocando as mãos no túmulo do santo que fica junto ao altar da Igreja que leva o seu nome, localizada no centro da cidade.

A viagem pelo vale do Douro é de uma beleza inebriante. É ver para crer e apreciar. Ao longo da viagem, nossa guia Helena aproveitou para fazer uma descrição dos lugares mais emblemáticos e do trabalho feito pelos homens ao longo dos séculos naquela região que, por ser tão peculiar e bela, foi classificada pela UNESCO como Patrimônio Mundial da Humanidade, em 2001, na categoria Paisagem Cultural, Evolutiva e Viva.

Chegando a Viseu, fizemos um passeio no centro histórico e depois fomos para o Hotel jantar e descansar. A cada dia sucedia uma beleza diferente.

Depois do café da manhã, saímos em direção à Serra da Estrela. A mais elevada montanha do continente português, cujo ponto mais alto chega aos 1 993 metros. Os rebanhos nesta região têm contribuído para a economia local fornecendo lã para a indústria têxtil e leite para o mais conhecido queijo português – o “queijo da serra”. Passamos por várias cidades como Covilhã e paramos em Castelo Branco para o almoço. Visitamos o maravilhoso Jardim do Paço Episcopal com várias espécies vegetais, uma profusão de estátuas de santos e apóstolos, o “repuxo de cantaria” onde tiramos muitas fotos. Seguimos para o Alentejo. Visitamos Portalegre e Estremoz. E então fomos para Évora rodeada de muralhas e considerada Patrimônio Mundial pela UNESCO.

Aí eu tive a minha tristeza, a única de toda a viagem, e que me fez chorar.

Mal coloquei as malas no quarto do hotel, já saí pelas ruas de Évora, com o coração aos saltos. Queria rever minhas duas grandes amigas a quem devo eternamente gratidão por tudo que fizeram pelo meu filho Rodrigo. Minha irmã Luzia me acompanhou. Ela queria conhecer minhas amigas.

Eu sabia que elas estavam idosas e um pouco doentes. Não avaliava o grau do problema. Primeiro fui a casa da Dra. Teresa. Emília, sua auxiliar, me recebeu amavelmente. Entramos e ela me preparou o espírito para conhecer a dura realidade. Teresa, com o mal de Alzheimer já em grau adiantado.

Subi os degraus relembrando os dias felizes que ali passei com meu filho e meu esposo. Parecia um sonho poder entrar, depois de transcorridos dez anos, naquela casa portuguesa.

fernanda araujo
Enviado por fernanda araujo em 23/09/2014
Código do texto: T4973518
Classificação de conteúdo: seguro