ACREDITE SE QUISER

Verdade ou mentira? A massagista americana Jasmine Tridevil acaba de anunciar ao mundo que implantou um seio, feito de silicone e tecido retirado do próprio abdômen. Com os dois que a natureza já lhe havia dado, ela agora se apresenta como a primeira mulher tripeitoral do planeta. Pagou vinte mil dólares pela estripulia e está satisfeitíssima com o novo “look”, aninhado num sutiã de três bojos.

Eu vi as fotos e fiquei de boca aberta, não para testar a novidade, mas de espanto, pois acredito que, principalmente nessa área, ainda vale o ditado: “um é pouco, dois é bom, três é demais.” E estou torcendo para que isso não passe de mais uma invencionice que circula na internet como rastilho de pólvora. Faz barulho mas queima rápido.

Porque, se for verdade, Deus nos acuda! Ele que, depois de criar o céu, a terra, os animais e o homem, encerrou a jornada com a criação da mulher, sua obra mais perfeita. Irretocável, eu diria. Veja que, no acabamento, para não complicar, ele não passou do número dois. Dois braços, duas pernas, dois olhos, dois ouvidos e ... dois seios. Boca, uma só (duas, seria um risco muito grande).

E agora, passados milhares e milhares de anos, alguém sem juízo resolve “corrigir” essa obra prima, orgulho da criação, testada e aprovada desde os primórdios, acoplando nela outro peito. Um puxadinho que desequilibra todo o conjunto e lhe retira a harmonia atemporal que era a assinatura do artífice supremo. Ele não vai gostar... Vai interpretar essa intervenção como uma crítica ao seu trabalho, depois de tanto tempo. Por muito menos ele liberou as dez pragas do Egito.

Mas, para não ir tão longe na comparação, como se sentiria Miguel Ângelo se alguém esculpisse um terceiro mamilo em David? Ou se um pichador desmiolado se atrevesse a retocar o teto da Capela Sistina, rabiscando mais um dedo no braço de Adão? Certamente, o gênio renascentista saltaria do túmulo.

Portanto, não há dúvida: essa moça, definitivamente, pisou na bola. Além do mau gosto, cometeu uma heresia. Justificou a operação dizendo, entre outras coisas, que ficará mais prático na hipótese de lhe nascerem trigêmeos. Um em cada peito, não tem briga. Mas é um investimento muito arriscado e de sucesso duvidoso. Além disso, quem vai amá-la se, por vontade própria, ela se transformou numa Medusa, símbolo da mulher rejeitada? Quem vê três seios, vê três braços, três pernas e cabelos de serpente. E quem ela vê, vira pedra, segundo a mitologia. Oxalá nossos caminhos não se cruzem.

De qualquer forma, se a história for mesmo verdadeira, espero que o sobrenome da moça nada tenha a ver com sua opção: TRI...DEVIL. Eu, hein?