De volta para casa.

Uma longa viagem sempre nos traz velhas lembranças, nos lembra dos melhores/piores fatos de nossas vidas, nos deixando bastante nostálgicos. Eu, particularmente, gosto muito de viajar e observar tudo pela janela do carro, faz com que a vida pareça bem mais fácil. O visual e as cores. As arvores, montanhas, linda vista e a velha estrada onde muitos passam e pensam assim como eu. Tudo parece tão pequeno e possível. Os sonhos e tudo que eu mais quero. É tão chato estar todos os dias nos mesmos lugares, com as mesmas pessoas que parecem as vezes nem ligar para suas próprias vidas ou se importar com o resto delas. Então quando você vai para novos lugares, depois de toda aquela estrada, parece que um novo mundo se abre. O mundo que você quer, que você espera e deseja.

Em média de uma vez ao mês, consigo visitar as estradas e me encontrar com o novo mundo que eu espero para meu futuro. Eu vejo que as coisas parecem estar mais fáceis lá, mesmo que seja parecido com o que vivo, tendo as mesmas pessoas com as mesmas vidas abaladas pela rotina, onde elas não conseguem mais pensar com o calor de antes e enxergar o mais longe possível. Eu penso que um dia isso pode acontecer comigo também e é muito ruim pensar em viver uma vida que não será mais minha, que será apenas do que eu tenho que fazer, em que horas tenho que acordar e do que tenho que fazer amanhã. Não será mais a vida do que eu quero, tenho, desejo ou preciso. Existirão muitos limites que não me deixarão voar e eu não quero que isso aconteça jamais.

Então de volta para casa, eu sinto como se tudo isso desabasse em mim, me fazendo se sentir feliz por ter minha vida e meus desejos, sem nenhuma obrigação. Triste, por saber que vou continuar lindando com as mesmas situações e desvantagens. E, por fim, ansiosa, por que eu também quero me sentir independente, ocupada, responsável. Quero mostrar para todo mundo que eu consigo lidar com as coisas importantes da vida e ainda viver do jeito que eu vivo, pensando em coisas que provavelmente não acontecerão nunca, mas que me fazem feliz.

Isabela Nóbrega
Enviado por Isabela Nóbrega em 24/09/2014
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