JOSELITO E A SEMANA DA PÁTRIA

Oito horas da manhã e a turma do quinto ano primário é a primeira a seguir para o pátio da Escola Municipal Três de Maio, onde de frente para o pavilhão da bandeira, iniciará o Hino Nacional. Joselito é o primeiro da fila dos meninos. Posiciona-se, com as mãozinhas rentes ao uniforme e olha a flâmula tremulando ao som do hino, enquanto solta aos ares a sua frase preferida: "...gigante pela própria natureza..."

Esse ritual será repetidos por toda essa Semana da Pátria, visto que a escolinha rural não participará das comemorações cívicas, no centro da pequena cidade de Monte branco.

Mas Joselito jamais deixaria de assistir ao desfile. E junto com a mãe foi fazer parte da multidão, que suspensa pelos cordões de isolamento, aguardava o desfile das escolas.

A escola mais esperada por todos, e por Joselito principalmente, era a Escola de Ensino Médio São João Batista. Pois nela havia sempre muitos alunos desfilando. A ala das Normalistas, com sua saias plissê azul marinho e blusa Branca, era antecedida por três jovens levando cartazes que destacavam a importância do catedrático: "sem professor não há Doutor"

O que mais despertava o interesse do menino era a Banda da Escola São João Batista, que além de ter muitos componentes tocando os mais diversos tipos de instrumentos musicais, era introduzida pela bela Eliza, a Baliza, que com sua saia curta, dava piruetas acrobáticas, em plena Avenida Osvaldo Aranha.

O som dos tambores diminua, a escola se afastava. Outros grupos desfilavam. Os apelos ambulantes circulavam, todos trazendo mensagens de amor à natureza, à família, à Pátria e conduzidos por crianças anônimas, representantes dos futuros profissionais, de um pais que naquele momento estava sendo saudado.

Imóvel, Joselito via agora a avenida vazia, coberta apenas por papeis picados ... de verde e amarelo...

CEIÇA
Enviado por CEIÇA em 28/09/2014
Reeditado em 28/09/2014
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