O TERÇO DOS HOMENS

Tomei conhecimento através de jornal, que em Curitiba, mais precisamente no bairro Xaxim, a Paróquia São Francisco de Assis instituiu o ‘Terço dos Homens’.

A data não poderia ser mais sugestiva: na última sexta-feira do mês às 20 horas e tem duração de 50 minutos. Resultado: um sucesso. Começou timidamente com 20, 30 participantes e agora conta com mais de 100. Ah, e mulher não entra. É só para a ‘homarada’ mesmo. E não tem estatuto, filiação, assembleia; tampouco classificação social.

Quem não tinha o ‘Terço’, arrumou emprestado com a mulher, filha, nora, sogra e houve até quem levasse de cor rosa - constrangimento que a família resolveu logo na segunda semana. Dizem que há quem tenha comprado um Terço que é uma verdadeira joia.

A princípio muitas esposas viram a atitude com desconfiança, pois é tradicional a desculpa do marido de sair para comprar cigarro, ir à casa de um amigo para um churrasquinho ou hoje vou chegar mais tarde, pois tem reunião importante na empresa depois do expediente. Todas desculpas que resultam em chegar ao lar com a língua travada, o corpo balançando e ideias bobas na cabeça.

O projeto, segundo o pároco, está surpreendendo e paróquias de outros estados já entraram em contato com ele pedindo sugestões para seguir o exemplo. “Eles rezam com muita devoção, aprendem a Ave-Maria em latim e cantam Salve Regina em gregoriano. Já vi alguns deles chorar”, revelou o padre.

Um participante conta que resolveu participar do Terço dos Homens porque estava cansado de todas as sextas-feiras - em companhia da ‘patroa’, ter que visitar parentes cuja companhia não lhe era muito agradável. Além de conviver com olhar comprido da esposa em seu copo de bebida.

Mas, e não era pra menos, há esposas (e até noivas) se propondo a ir buscar o rezador após o culto, já que alguns estão chegando em casa um ‘pouquinho’ tarde para o gosto delas.

Sugestão negada.

Argumentos: Sabe como é... São novas amizades e após o Terço discute-se política, futebol e há quem conte histórias de amores do passado e do presente - sem pecados maiores (homens sabem guardar segredos). Aí a conversa se prolonga e acabamos ‘esquecendo’ de olhar no relógio. E São Francisco de Assis não vai gostar de ver mulheres de olho no marido em frente da sua igreja.

E se por acaso aparecer uma pequena mancha de batom na camisa após o Terço? Criatividade na resposta é que não deve faltar. - Ah, ‘more’ devo ter me encostado em alguma imagem de santa que foi beijada por uma devota na missa das sete.

É pecado?