O protesto silencioso
Uma imensa multidão cheia de esperança, insatisfação e até indignação, caminha em silêncio em direção à urna para exercer seu extraordinário poder de decisão para mudar ao mesmo tempo todas as autoridades administrativas de nosso país. É o protesto silencioso de uma nação inteira que já não suporta mais o estado de coisas em que chegamos por força de nossos próprios erros quando de nossa última intervenção no sistema de poder. Somos agora 142.822.046 eleitores carregando a única arma que legalmente podem utilizar para uma operação de tão elevado nível, ou seja, o título de eleitor. Em um ritual secreto essas pessoas vão se recolher por alguns minutos no interior de uma cabine para escolher um novo presidente, um senador, um governador, deputados federais e estaduais. Será uma missão difícil, mas com certeza todas as divindades do universo estarão de plantão para cuidar de todos nesse momento de euforia ou desolação. A marcha silenciosa que vem incomodando algumas pessoas no Brasil desde junho de 2013, por ocasião da Copa das Confederações vai desaguar no mar de esperança que representam as eleições para os brasileiros de todas as classes sociais, econômicas e culturais. É provável que esse protesto silencioso venha a surpreender negativamente os políticos e especialmente os institutos de pesquisas quebrando paradigmas e oferecendo um novo painel político pintado com as cores da juventude que foi às ruas promovendo o grande barulho que veio das ruas para despertar os mais acomodados senhores engravatados que sempre acharam ser deles o poder o e direito de ditar regras e estabelecer padrões de comportamento. Apesar de terem diminuído em relação ao pleito anterior esses votos enigmáticos são ainda um número significativo, eles são cerca de dois milhões nas eleições deste ano. Caso resolvam fazer o barulho que fizeram nas ruas serão capazes de decidir qualquer eleição e, ao que parece, eles já descobriram isso. Quem sabe possa estar aí a mudança que todos querem, desejam, acreditam, mas sabem como fazer. Não é possível negar que a decisão no final das contas ainda é mesmo daqueles senhores engravatados que disparam sua munição em todas as direções ao apagar das luzes.
Ney Ferreira
Enviado por Ney Ferreira em 15/10/2014
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