Em uma fração de segundo

Ela sobe as escadas, mas eu não à vejo, somente ouço seus passos.

Eu levanto os meus olhos e de relance vejo sua silhueta, estremeço, é ela!

Endireito meu corpo na tentativa falha de demonstrar mais postura, mas ela nem me vê.

Ouço o chiado das batidas da música que ela ouve em seu fone de ouvido. Que tipo de música ela gosta? Será que é Rock, Reggae, MPB? MPB... Eu nem sei se é música Nacional...

Ela chega no ultimo degrau da escada e para à alguns metros na minha frente. Eu ainda tenho mais alguns degraus pra subir. De repente ela vira com tudo, como se fosse voltar correndo, descendo cada degrau que tinha acabado de subir, como se tivesse esquecido algo importante... Talvez um livro, um caderno, eu só esperava que ela não estivesse voltando por um amor.

Algo a impede de continuar descendo. Eu! Ali. Intacta. Inebriada pelas pinceladas do azul mais celeste que alguem poderia ter em seus olhos. Estremeci novamente. Porque ela causava aquilo em mim? Eu nem a conheço! Como posso sentir algo por alguem que eu nem conheço?

Ela me olhou por alguns segundos. Eu à vasculhei em cada pigmento azul de seu olhar naquela pequena fração do tempo. Ela esboçou um sorriso. Não consegui reagir. Então ela se desviou de mim e continuou descendo as escadas, em busca de seu livro, seu caderno ou talvez em busca de seu amor.

A resposta ao certo não me importava, porque nenhuma delas dizia que de fato ela buscava por mim.

Fabrine
Enviado por Fabrine em 16/10/2014
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