A MILIONÁRIA INDÚSTRIA QUE NÃO PRUDUZ NADA

Historicamente o homem sempre viveu de sua produção. Inicialmente pruduzia alimentos para sua subsistência. Depois como produzia mais que ele próprio consumia, vendia o que sobrava, mais precisamente trocava. O escambo como era chamado esse sistema de venda, ainda hoje é praticado. No escambo antigo se tinha a possibilidade única de se ter coisas necessárias sem o trânsito de moeda, essa enexistia.

O homem na sua essência é comerciante. Desde criança sua educação, sem limite de época, lhe estimula e induz ao comércio. O choro, primeiro apelo, pela comida. O ficar quieto pela premiação dum brinquedo. Cheiro por cheiro. Um comércio de trocas que fazem a beleza da vida.

Passados os tempos, os homens criativos como sempre, inventaram diversas formas de sustento, mas sempre tendo como base a produção. Criaram um sistema financeiro e o que antes era o escambo de mercadorias, hoje é o comércio, onde a mercadoria é trocada por seu valor em dinheiro. Em outras época por ouro, prata etc. Valor esse que tem sua base de custo nos componentes de produção. Mais recentemente criaram até produtos virtuais; mas sempre baseados em coisas que se transfiguram em palpável, porque se não o consumidor que já não é tão besta, não paga o valor.

Queria eu citar as igrejas como detentoras do título deste artigo. Seria acusação imprópria, porque essas mesmo com o seu produto invisível é substância fundamental para o desenvolvimento do homem e da formação de sua consciência. As religiões formam o seu produto de consumo: a fé e recebem devidamente por ele. Produto essêncial a cada ser humano e por vezes impagável. A propósito, tanto os fabricantes como as igrejas, comércio e os produtores em geral para vender uma agulha que seja, formaram sua história, suas tecnologias, suas estruturas caríssimas, suas mãos- de- obra especializadíssimas, com laboratórios para pesquisas de novos produtos e cabeças pensantes pagas a peso de ouro. O objetivo suprir uma necessidade humana e arrecadar valores. Nada de errado, o princípio da troca histórica do homem.

Entretanto, contrariando toda a história da humanidade, surge uma industria que não tem produto, não precisa de estruturas, nem de mão-de-obra especializada, laboratórios, tecnologia, história, nada, mas arrecada as economias das pessoas. Inclusive, há quem gaste diariamente mais que o pão para o sustento de sua família. E o pior, é um pagamento patético que só sai o dinheiro e não entra o produto, nem em forma de satisfação. Fazendo refém a sociedade. Proliferando uma idéia das mais absurdas: o tirar dinheiro sem nada em troca, sinômino de assalto, se bem que esse, o assalto, ainda deixa sequelas, que produz a sustento de psicólogos, psiquiatras e até à busca da fé para continuar vivendo, o outro, um pagamento incrédulo. Aí vem a pergunta por que pagamos? Está certo?

Voltemos à história. Aprendemos: quanto mais se trabalha mais se produz; bicicleta parada cai; cobra que não manda não engole sapo; quem quer vai a luta; só se tira da croaca o que lá se coloca; o trabalho dignifica o homem; o consumidor não é besta; o progresso é o produto do trabalho e quem quer formar riquezas não fica parado. Esses valores estabelecidos e coerentes estão sendo aposentados com essa nova indústria. A quebra da regra. A busca insessante do homem de hoje é a lei do menor esforço. Arrecadar muito com pouca oferta ou nenhuma para êxtase geral dos interessados. O lucro indevido com a cobrança que só inflaciona a vida do cidadão. Fazendo-o refém, repito.

Para criação dessa industria não foram necessários a contratação de cabeças pensantes com pagamento em ouro, tecnologias, laboratórios de pesquisas, estruturas, sabedoria, muito pelo contrário criada por um que estava sem fazer nada: o flanelinha, cientista da oportunidade, botou o cientista de verdade no bolso.. Agora a história mudou quanto mais parado melhor, porque é cobrado por hora. Descobriu-se que parar e não produzir gera riquezas. Então, pra que produzir. É melhor parado. Quebra-se novamente a regra e não está havendo reação por parte das pessoas que estão pagando sem saber o que. Por que parou? Parou por quê? Parou, pagou. O estacionamento já é parte de nossas vidas. Já é faturamento indispensável para Shopping, Prefeituras de Cidades, Bancos e até Faculdades. Coitado do flanelinha,o inventor da roda viva moderna, copiaram seu invento, não contrariando a história, continua perguntando se alguém quer lavar o carro: o real produto como também a lavagem. Pagamos sem nada em troca, uma idéia sem escrúpulo, mas confesso uma grande idéia. Uma maquiavélica idéia. Uma fonte de renda milionária, sem produto. É uma imposição, porque todos nós não queremos comprar, com a livre e espontânea vontade que praticamos com todos os produtos que nos convém, e compramos, por sermos obrigados. Aliás,está se tornando uma fabrica de maginais. Sendo o primeiro a abordar qualquer que de carro da sua casa. Dada a violência o impase. Pode faltar até para o pão, menos para o estacionamento. Um cesseamento da liberdade do ir e vir. Um imposto caro. E por falar em liberdade, paremos de falar em liberdades. Nós seremos sempre eternos prisioneiros da nossa própria cobiça.

MandraKe para o mundo.

Contei. Fui.

Manuel Oliveira

Manuel Oliveira
Enviado por Manuel Oliveira em 26/05/2007
Código do texto: T501455