Ponte rio – Niterói e cabo frio, amores !

Vou escrever baixinho para não incomodar meus parentes que estão atrás de mim loucos para devorar o que escrevo, mas porque tanto suspense? Me faço ser suspense. Escrevo porque hoje quero contar minha vinda à linda cidade de cabo frio, região dos lagos, da libertação do meu eu enfurecido. Aqui é um lugar lindo e cheio de mim, tem um pouco de mim na praia, na água, areia, plantas, pessoas e prédios eu adoro prédios parece que viajo com seus tamanhos e suas gentes. Para chegar aqui preciso atravessar a ponte rio – Niterói, aí me desfaço toda, fico em pedaços mesmo, aquele lugar me deixa no céu e quando estou lá me encontro com deus, toda vez que eu passo por lá eu morro. Faço um ritual para passar ali, podes rir, podes chamar-me de louca, mas eu gosto de ouvir musicas passando ali eu penso em coisas e me torno as coisas que tanto penso ser, a coisa que tanto almejo me torna. Quero ser uma coisa cheia de responsabilidade, voar como aquele pássaro grandão voa, aterrar, nadar naquela imensidão e sentir medo da altura, principalmente pegar na mão de cristo e “bater” um papo com ele, a ponte me renova, é que estou de férias, passo a vida inteira trabalhando para quem voa, e nunca voei. Ouço Djavan, ah como esse moço me ensina a vibrar as vibrações da ponte quando canta sua homenagem a Caetano: sina. Ainda falta para chegar em cabo frio, meu destino meu repouso, mas não chega aos pés do que é a travessia na ponte, quero soltar a voz ali, não quero parar de voar ali, sinto-me como cada albatroz, aves que sob minha cabeça me ensinam a arte de voar e eu vou com elas. a vista que tenho é deus dizendo: vinde-me a mim!!! Euu vouu deuusss, precisso ir. A ponte é a junção das duas maiores pessoas que eu conheço, deus e o ser humano. O primeiro tem mais poder e o segundo tem um pouco. Ah como é bom ser cristão no rio, não tenho vontade de parar de escrever. Adjetivo a ponte. Só não gosto muito porque tenho medo de morrer e depois que desço da ponte no sentido rio, deparo-me com o lugar onde durmo, onde meus amigos dormem, onde dormiremos. Mas não vamos falar disso, respeito nossa senhora do Carmo. Ela é legal. Mas tenho medo. As vezes. O caminho agora é longe, minha paz passou, na BR 101 ouço Pink floyd e sumo nos acordes que eu nem sei o que significa e o que é. Chego a cabo frio e logo vou à praia, - ahhhh como é bom estar aqui perto de mim. Com a roupa do corpo peço ao moço do carro que me espere - eu pago o tempo que não para também. Pego um pouco de areia e coloco no rosto, Cabo frio me aproxima de deus. Ah deus. Como és? És? Não és? És cabo frio!

Mas preciso ir-me a noite já chega e preciso dar sinal de vida. Dou. Hoje é meu primeiro dia aqui, há tanta coisa a fazer e quando chego aqui não consigo fazer nada, eu paro dentro de mim e fico. Que medoo. Que horror... Que...

Ainda não terminei de escrever o que sinto quando passo na ponte, mas vou parar os meus parentes haviam saído mas já voltaram, vou terminar aqui. Preciso me ouvir para escrever sobre a ponte, cabo frio, deus.

Nada é melhor do que ser cristão e acreditar que o ser humano e deus apertam as mãos.

Arthur Montenegro
Enviado por Arthur Montenegro em 28/10/2014
Reeditado em 09/12/2014
Código do texto: T5015299
Classificação de conteúdo: seguro