JOSELITO E A PESCARIA
Eram turvas as aguas do grande rio Portela, que após atravessar e costear diversas cidadezinhas adentrava nas matas e matos que compunham a flora gaúcha. As barrancas eram altas e compostas de vegetação rasteira, lugar propício para, ao entardecer, na ilusão da pesca, muitos pescadores virem a espera dos cardumes que
chegariam com os primeiros raios da lua.
Joselito acompanhava seu pai e alguns amigos,
naquela que esperavam ser uma grande pescaria. Uns homens passariam a noite jogando cartas, alguns adormeceriam mais cedo já embalados pela "pinga", enquanto outros, junto as quais estava seu pai, que perdendo o sono, atravessariam a noite de lua cheia em longas
contações de histórias, de pescaria é claro.
O menino ouvia as historias que os homens contavam lá fora, enquanto tentava dormir na pequena barraca, cheia de furos e frestas por onde entravam estrelas, pios de aves noturnas e um pouco de frio.
Com o cheiro forte de café Joselito foi acordado. O sol ainda não tinha surgido quando o pai colocava as iscas de lambaris no anzol, que ele pretendia voltasse cheio de traíras.
O dia prometia ....para o menino que passara a noite ouvindo as histórias de pescaria. Seu pai e os amigos ou eram grandes pescadores ou sempre tiveram muita sorte.
Enquanto os pescadores distraiam-se naquela lida e naquela espera o menino questionava-se onde levariam tantos peixes juntos???