Reforço do Ego.

Uma pessoa simples quando é elogiada por algum feito, fica sem dúvida encantada, com o ego em festa. Tive estes momentos quando escrevi e li para os formandos do Quarto Ano Primário da minha Escola, no curso noturno, o discurso que os colegas aplaudiram de pé. Eu tinha 28 anos. Vi senhores e senhoras de 40 e 50 anos chorando de alegria pela oportunidade de sair do analfabetismo cruel.

Foi quando minha carta aberta a população na Associação do Bairro, vencida por mais duas cartas concorrente.

Fiz esse preâmbulo para relatar o que escreveu um poeta e jornalista a respeito de um texto que escrevi e teatralizei em forma de monologo e apresentei em diversas escolas e igrejas, nos anos 90. Foi publicado no Diário da Tarde de BH. O que escreveu o jornalista.

“ Fui a passeio na casa de um parente em um bairro periférico de BH. Ao passar por uma capela, vi um cartaz escrito em papel cartolina “ "Brasileiro Profissão Esperança” adentrei a capela, vi um pequeno cenário simbolizando um canteiro de obra. Achei interessante uma marmita com um macarrão e um ovo frito em cima, o macarrão de tão branco, os trabalhadores o chamam de (macarrão da Santa Casa). Era um monologo narrado artisticamente por um senhor de mais ou menos uns 60 anos. A narração começava assim:

“ Meu nome José da Silva. Vim do Norte de Minas Gerais. Eu era lavrador. Depois não tive como plantar, latifundiário gosta mesmo é de capim e boi (...) O monologo foi longo, comovente, dramático, inclusive com mortes, as vezes entremeados com pitadas de humor. O personagem José da Silva desde lavrador, boia-fria e operário urbano, cometia gafes de matuto na cidade grande e provocava risos, seria um jeito de amenizar a plateia das desgraças produzida pelo o capitalismo selvagem.

As passagens mais tristes foi perder sua filha de dez anos sem uma assistência médica adequada, também uma enchente que derrubou seu barraco, levando todos seus poucos pertences.

O monologo era de um apelo social muito forte. Termina com um bordão sobre o nosso momento político atual. “ESPERANÇA NINGUÉM CONFISCA.”

O autor e ator autodidata, se identificou apenas pelo apelido; Sô Lalá. Omar P. Montalvão.

Sem dúvida um reforço para o meu ego. Naquele momento me tornei um pequenino agente da esperança.

Lair Estanislau Alves.