Faltam-me parafusos

Faltam-me parafusos. Os perdi em uma queda não muito alta, menos de dois metros de altura, mas eu devia ter menos que um metro. Caí e rodopiei como um peão, com as pernas pro alto e a cabeça doendo no chão. Apoiei os braços no chão para diminuir a velocidade em que girava. Foi uma cena esquisita pelo que pode observar minha amiguinha Jéssica, mas devia ficar em segredo. Seus pais não podiam saber que ela havia levado amiguinhos em casa enquanto eles estavam fora e tive que sair dali o mais rápido possível. Descobri que para estar bêbado não era preciso beber, ao menos para caminhar como tal. Caminhei assim uns cem metros até minha casa, me atirei no sofá e dormi. Meu pai deu graças por eu dormir, eu nunca dormia de dia e o ficava importunando enquanto ele resolvia problemas importantes. Minha mãe ao chegar a casa estranhou meu sono e resolveu me acordar, mas eu estava mole, bem mole. Levaram-me para um hospital, havia tido um traumatismo craniano. Desde então não tenho mais os parafusos que uniam meu crânio. Como fazem falta os parafusos! Ai! As besteiras que faço por não tê-los...