“A internet é um escudo que nos imuniza contra a timidez e uma possível gama de rejeição e, sobretudo ao medo de amar, se por um lado ela nos liga ao mundo, a só clique por outro ela nos oferece uma oportunidade de isolamento e anonimato, e aí se criam perfis falsos e seres que só existem na imaginação.”

     Estamos na era do “ser” um fingimento mega-global que denuncia a carência infinita humana, que nos denuncia a todo instante, por isso não estamos na era da informática, meus leitores e minhas leitoras, estamos mais do que nunca, na era da solidão, na qual por mais que sejamos engessados a uma tecnologia nunca vista, porém imaginada, somos seres mendigos de atenção, a inanição se faz a todos, sem exceção, estamos em plena solidão.
     A internet é um escudo que nos imuniza contra a timidez e uma possível gama de rejeição e, sobretudo ao medo de amar, se por um lado ela nos liga ao mundo, a só clique por outro ela nos oferece uma oportunidade de isolamento e anonimato, e aí se criam perfis falsos e seres que só existem na imaginação. A internet é pode ser demoníaca as nossas compulsões e paranóias podem-nos mostrar ora pedófilos ora compulsivos sexuais, e neuróticos viciados, se caso somos misantrópicos, criamos na rede social um verdadeiro arsenal psíquico.
            A solidão não mata, não atrofia o círculo de amizade, somente cria um estado no qual eu tenho que assumir vácuo existencial, não é solidão romântica ou semi-nostálgica por alaguem ou algo, é a comprovação da ausência de um pedaço da parte do todo que  é todos nós, um quebra-cabeça incompleto.
            Alguns inutilmente tentam preenchê-la com noites e noites de urgias, sexo, drogas como se isto preenchesse alguma coisa, a solidão não se preenche, não se exclui, ela é a chave mestra do nosso próprio entendimento.
            A solidão nos devora, nos revela o que somos uma deusa que te olha e te glorifica para ser o que é, e muitos se matam tentando em vão se matá-la, quem não conviver com ela, seja por bem e por mal, pode sem dúvida se isolar de si e do mundo, isto não é solidão, estes vivem no mundo alheio ao real, e isto é o pior dos invernos criados por nós mesmos.