Literatura absurda

Emblemático, não só vaiado no palco, mas também expulso do teatro e banido das colunas de jornais e ainda rejeitado nas bienais. Foi quando um top da elite tenta subornar um parnasiano a coibir um poeta africano. Dizia ele que o lirismo levou a poesia para o abismo.

É preciso desvencilhar dos sonhos de avareza e não me pergunte de quem é este jegue, pois nem preciso te dizer. Seu sonho de cachorro perdigueiro correndo atrás do tal dinheiro, mesmo que seja seu sonho derradeiro. Uma literatura preguiçosa tem como amuleto uma ferradura, mas o que você quer mesmo é alcançar o tal do sucesso. Um pecado capital que ofuscou minha bola de cristal, puta sacanagem a estupidez da salvação amarrada à agiotagem; em todos os aeroportos já fazem seguros de vida para os mortos. É melhor vender o sangue ou ficar sem almoço?

Seu destino está atrelado ao jardim do horto? Você é o rio vermelho e queira ou não queira irá desaguar no mar morto. Nasceu com total liberdade, mas o seu destino é dar para os outros a tal da felicidade. Em sua riqueza pobre jamais irá banquetear em causas verdadeiramente nobres.

Literatura em agonia, uma caneta nobre agoniza numa lápide fria à espera do escritor autor da magia e da nobre mensagem que exerça o exercício de todas as travessias e que deem azas aos leitores ávidos para a grande viagem. Eu sei que o dinheiro me leva pra todo lugar, mas escrever me leva pra um lugar mais longe.