QUEM É QUEM NESSA HISTORIA???

A noite já tinha caído quando eu resolvi aproveitar de alguns minutos sozinho, apenas eu, uma xícara quente de capuccino, um bom sofá e um controle-remoto nas mãos.

O dia tinha sido comum, sem grandes novidades ou emoções mais fortes. Apenas o frio, que resolvera habitar os quatro cantos de casa.

Enquanto ia de canal a canal, sem nada para ver, não pude me conter ao presente, fui direto para meu passado, verdadeiramente visitando meu cemitérios dos relacionamentos. Lembrava de frases que tinham sido ditas para mim, quando estava enfrentando algum problema, frases como “Não há crescimento sem dor”, ou “Não há uma relação sem dor que vale a pena”.Apos desenterrar tudo aquilo, resolvi voltar para teve, não queria me ver em mais uma noite agitada na minha cabeça. Mais ao olhar para tela, me deparei com um daqueles programas quentes...A cena era clara, um homem atado às amarras enquanto uma durona dominatix o humilhava...

Não tinha como não ter aquela tal noite, desliguei a televisão e abandonei o capuccino.

Tendo as antigas frases, os relacionamentos e a criação em mente, o que nos somos? Masoquistas?

Seriamos todos nos um bando de sádicos que simplesmente dispensaram os chicotes e os couros, andando por ai disfarçados de “gente comum”?

Falo por mim mesmo, em varias situações já me peguei nessa linha tênue de dor e prazer, já amei quem não podia, já dei corda quando não via futuro...Ou seja, já causei dor, como já provei também.

Seria tudo um jogo que essas pessoas jogam? Mais quais são regras? Há regras?

Eu ainda não descobri nenhuma, parece um jogo de vale tudo, cada um por si, que vença o melhor. Há relacionamentos que começam com dois peões, mais que no final só sobra uma peça no jogo.

Mais como tudo na vida, a limites, são eles que determinam quem nos somos. A limites para a dor, como a limites para o prazer também....Temos que respeitar isso, não os impostos pelas sociedades, mas os nossos limites.

Mas a verdade é que o jogo nunca acaba, ate que você atravesse a linha de chegada.

Por isso continuo no tabuleiro, sendo masoquista, sádico ou ate mesmo um mero observador que por trás de um vidro apenas analisa essa tal “dor maravilhosa”.

Então ataques o dados, peguem suas cartas, mais antes não esqueçam de me avisar...Você segura o chicote ou aperta as amarras?

Que o jogo comece...