- Escuta aqui seu anão viado de merda: já saquei qual é a tua. Está vindo aqui só pela merenda. Só pra comer de graça que eu sei...

O título acima foi tirado do vídeo que o Porta dos Fundos está veiculando hoje.

Eles já fizeram vídeos focando vários temas: Hitler, Papa, polícia, presidente, padre, cadeia, Jesus, eleições, futebol, médico, sequestro, adultério, programa de fofocas na TV, Natal, casamento, Xuxa, terapia, telesexo, bafo, pastor evangélico, Noé, parabéns, mundo corporativo, Deus, voyeur, 10 Mandamentos, gay e muitos outros.

A liberdade de criação da internet estimula que possam falar o que quiserem sobre o tema que quiserem, que num regime democrático é super saudável.

O de hoje, Merenda, focou uma classe de escola infantil. Quando toca o sinal, todos saem da sala menos um, o Gigante Leo, que é anão, A professora fica a sós com ele na sala e têm uma conversa, da qual tirei a fala acima (dita pela professora).

Imagino que não deve ser nada fácil a vida para quem é portador da doença genética denominada nanismo.

Num mundo feito para pessoas com estatura "normal", quem nasce com essa anomalia deve ter dificuldade para fazer uma série de coisas básicas que para os demais, livres desse problema, são atos banais e corriqueiros.

Chamá-lo de anão viado de merda, seja qual for o contexto da fala, achei que extrapolou.

Será que para ser engraçadinho, original e agradar os milhares (acho que milhões) de pessoas que acessam seus dois novos vídeos por semana, pode-se falar o que quiser, da forma que quiser?

Tirando o Gigante Leo, que foi remunerado por esse trabalho, será que outros anões, seus familiares e amigos, não se sentiram atacados, ofendidos ou machucados pela frase de Letícia Lima, a professora do vídeo?

Os redatores do vídeo, Antonio Tabet, sócio da Porta dos Fundos e Victor Leal, podem escrever da forma que bem entenderem, mesmo que isso signifique usar termos chulos para se referir a alguém que já carrega um peso nas costas bem maior do que o peso do próprio corpo?

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 28/11/2014
Reeditado em 28/11/2014
Código do texto: T5052236
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