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Eram duas e quarenta da madrugada, e eu permanecia ali sentada na cama. Eu não lia, não escrevia, só pensava. Tocava uma música no meu sub consciente que me fazia refletir num turbilhão de coisas. Vários rostos surgiam na minha mente, várias vozes. Um tumulto de lembranças, uma tempestade de incertezas. Eu só queria um colo que formasse em mim uma espécie de casulo e me privasse de toda situação, de todo medo e trauma. Eu sentia dor, mas, sequer sabia o motivo dela. Só doía. Um aperto enorme no peito, como se dilacerassem parte de mim. A dor era muito forte, mas não havia lágrimas, apenas o olhar parado para o nada. O turbilhão de lembranças continuavam em minha mente. Eu precisava de ar! Poderiam me dar licença? Não consigo ir dormir com tanto barulho em minha cabeça. Não consigo, não consigo! Parem com isso! Três e quinze. Mesma posição. Um bip no celular me fez voltar pra realidade daquele momento. Seria um sms que acabaria com todo o tormento? Número não registrado na agenda. "Deus está cuidando de tudo, e assistindo tudo também", a mensagem dizia. Adeus confusão, sossega aí dor. Sei que ainda dói, mas alguém mandou dizer que Deus está cuidando. Por que temer? Deito-me abraçada com uma pelúcia qualquer - obrigada pelo abraço senhor pelúcia. Ainda doía quando eu peguei no sono, ainda doeu quando eu acordei, mas a vida seguiu, a vida tem seguido, a vida foi seguindo, a vida segue.

Amanda K Abreu
Enviado por Amanda K Abreu em 01/12/2014
Código do texto: T5055144
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