Papel de Presente
 
Lojas enfeitadas para chamar a atenção do consumidor.
Casas decoradas invocando o espírito de vitória, sucesso, festa em família...
Faz tempo que a religiosidade foi e é esquecida – nem mais a Missa do Galo tem tanta nobiliarquia assim. Mas, para que se ela serve – a religiosidade – só mesmo para “com formar” e tornar o “corpo dócil”?!
Qual é o papel, então? Vários!
As festas de dezembro têm o papel de alargar as amizades, fortalecer os laços familiares, planejar o novo que está para nascer – ou se refazer ou se desfazer.
 
Há o papel passado. Aquele Papel de Presépio: amassado e amarrotado. É preciso dar a forma de pedras – alicerces. Alicerce! É para isto que o passado serve: sustentação! Nós nos fazemos daquilo que passou, das vivências que tivemos... Passou o ano, passou a década e é hora de estudar a cena: Nosso Presépio! Vida passada a limpo para evitar a decadência e para que haja renovação.
Além do papel de presépio que foi ajeitado para dar forma, remassado ou passado, há outro.
 
Há aquele que é visto – percebido, escolhido ou ao acaso – para embrulhar os mimos e agrados que se presenteia nesta ocasião: o Papel de Presente!
Preocupa-se com o que vai ser oferecido nas ceias de congratulações e com os presentes. Esquecem-se dos invólucros e são eles que fazem a apresentação das ofertas, o papel de presente. Eles denotam valorização daquilo que é presenteado e a valorização e consideração de e a quem se presenteia.
É o papel de presente que causa o frisson, a expectativa de quem doa e mais ainda de quem recebe o agrado.
 
Há o Papel da Imaginação! O futuro que é planejado. Ilusão e Sonho. Apenas podemos projetá-lo: se acontecer é felicidade; se não se realiza é frustração. Mas mesmo assim é preferível o Sonho, porque sem sonho não se vive.
 
E assim é! Revivemos o passado, imaginamos o mistério do futuro e nem sempre valorizamos o presente – como também acontece não dando muita atenção aos invólucros dos agrados que ofertamos nesta época do ano.
É no Tempo Presente que acertarmos as vivências e as convivências. O presente serve para reavaliar aquilo que deu certo e consertarmos ou desfazermos daquilo que  deu errado.

O hoje é a Graça, a graça do papel presente.
 




Leonardo Lisbôa
Barbacena, 04/04/2014
 
Leonardo Lisbôa
Enviado por Leonardo Lisbôa em 05/12/2014
Código do texto: T5059994
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