A CANETA DO PAPAI

Era uma Parker 51. Com ela meus boletins foram assinados. De sua pena mágica e daquelas mãos firmes vi surgir, inúmeras vezes, a assinatura que atestava um compromisso e uma palavra que não falhavam nunca. Com ela foram escritos cartões, dedicatórias, cartas, declarações. Sempre aquela mesma caneta movida por grande determinação. Era um instrumento permanente e tratado com muito cuidado e carinho; sempre daquele lado do peito, no bolso do paletó, perto do coração.

Ele se foi, mas ela continua escrevendo com as minhas mãos como se os três fôssemos um só.

Eu fico a pensar que estes pequenos e simples objetos, extensões do coração e da inteligência, deveriam ter de nossa parte mais atenção e carinho, pela utilidade e mágica possibilidade que nos oferecem para aprender, crescer e ser feliz. Como um relógio, uma bússola, um canivete, um travesseiro ou a caneta, que agora me ajuda a consignar os meus pensamentos e a minha gratidão.

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