Mensagens que edificam - 11

A vida de qualquer pessoa pode ser baseada em duas vertentes da ideologia: conceito e preconceito. Conceito é tudo aquilo que você tem por definição dentro de si; são as ideias formadas no âmbito da interpretação lógica, imparcial, racional e, por conseguinte de particular concepção. O preconceito caminha paralelamente, entretanto com variações que traduzem não uma definição imparcial, mas um juízo discriminatório e antecipado nas suas sentenças. Todos nós somos convidados a adotarmos um parâmetro que regerá o nosso modo de ver, interpretar e aceitar tudo que a vida nos apresenta. Cabe a cada um avaliar se o que fala mais alto dentro de si é o julgamento ou o pré-julgamento, como também cabe a cada pessoa buscar no reflexo das suas atitudes descobrir se as suas reações são acionárias ou reacionárias. A tolerância e a intolerância fazem parte deste contexto onde nunca haverá pretexto para se esquivar da leitura que fazemos de tudo aquilo que diz respeito ao nosso comportamento diante dos outros. O facto é que vivemos numa sociedade extremamente crítica, e na contramão de qualquer princípio e requisito do bem, vivemos também a valorização de avessos morais onde o que até bem pouco tempo era inaceitável, hoje é quase que perfeitamente, no mínimo, tolerável e assim a humanidade segue caminhando. Em que vertente você se encontra? Na via dos que criam conceitos ou na linha dos que desenvolvem preconceitos? O Messias no sermão do monte foi claro na sua declaração: “Não julgueis, para que não sejais julgados, porque com o juízo que julgardes sereis julgados, e com a medida que tiverdes medido vos hão de medir a vós”. Vale então o risco de sermos enquadrados na leviandade e nas penalidades impostas aos incautos? Com certeza que não. Se propusermos a nos portamos sempre com um espelho moral diante de nossas faces certamente criaremos um escudo onde uma defesa invisível sempre nos protegerá de qualquer incurso. Todos nós somos sujeitos às mesmas falhas e imperfeições. O diferencial está justamente nos nossos olhos, pois o mesmo olhar contemplativo e apreciativo poderá ser o olhar perverso e condenador. Convém assim que tiremos o possível argueiro que se antepõe à nossa visão e assim desenvolvamos menos discriminação e mais compaixão. No conceito de uma vida sem preconceitos, um olhar piedoso poderá fazer toda a diferença, e isto antes dos olhos, nasce no coração.