Espírito de Natal.

Em 1955 estava eu servindo o Exército no Rio de Janeiro. O Exército era uma desculpa para conhecer o Rio e depois tentar à vida na Cidade Maravilhosa. Nenhuma referência lá naquela selva de pedra, isto é, nenhum parente ou amigo morando lá. Eu era” percevejo “ de quartel. O nome desse inseto é o símbolo daquele que mora na caserna, por lá eu servia, comia e dormia. Na véspera do Natal, o comandante liberou geral os soldados para passar o Natal com suas respectivas famílias. Como meus pais moravam a mais de 700 quilômetros, meu destino era contemplar os altos muros daquela unidade militar. Mas o Menino Jesus operou milagre; um colega de farda levou-me para passar o Natal com seus familiares.

Acostumado com um Natal simples apenas com a Missa do Galo que minha mãe não perdia de jeito nenhum, foi o primeiro de pomposidade em enfeites, iluminações e músicas. Me deixaram tão a vontade que integrei aquela família como se fosse a minha.

A figura central era o Menino Jesus num berço de taquara em um lindo presépio . Naquele 25/12/1955, senti o que era o verdadeiro Espírito de Natal.

E este Espírito de Natal, estendo a todos amigos e amigas do Recanto das Letras.

Lair Estanislau Alves.