JOSELITO E O NATAL

O mês de dezembro vinha sempre acompanhado de muitas comemorações. Não só pelo findar do ano, mas principalmente pela comemoração do natal, do aniversário do menino que há mais de 2000 anos nascia como Salvador, filho de Deus.

Joselito adorava essa época do ano, pois havia sempre muita alegria e reverencia pela lembrança do nascimento de Jesus, mas havia também a espera dos presentes. Parecia existir um clima de magia que ia das bolas coloridas do pinheiro natural que a mãe decorava, até o badalar dos sinos da capelinha distante.

Com os estudos do ano já concluídos, sobrava para Joselito tempo de acompanhar a mãe nas novenas da igrejinha do povoado. Ele adorava ver o pinheiro com o presépio e todos seus elementos, que com tanto carinho eram ali colocados. Joselito parecia sentir no ar a energia do amor e no interior de todas as pessoas a necessidade de ser bom, por um período apenas que fosse, ser digno das promessa de Cristo e viver ainda muitas noites felizes.

Tudo muito difícil para um menino de quase dez anos definir e entender. Assim como também era difícil aceitar a inexistência do Papai Noel, figura bondosa e avermelhada, que povoou seus sonhos por nove anos e desmistificava-se a cada ano que passava, principalmente com a chegada as irmãs, que trabalhando na capital vinham passar as festas com a família, carregadas com sacolas, que deixavam transparecer os formatos dos presentes, que os olhos curiosos de Joselito procuravam identificar. A constatação da não existência do Papai Noel era frágil e entristecia o menino, pois essa descoberta trazia consigo os sinas do fim da infância; da inocência e os indícios de uma realidade um pouco distante do hôhôhô do Papai Noel !!!!

Joselito gostava das orações à mesa. Farta. Gostava da união daqueles momentos. Gostava dos abraços, que junto com as lembranças desejavam um mundo melhor, muito melhor que todos os presentes, que certamente caberiam no saco de ilusões do velho Papai Noel....