Campanha eleitoral

Eleição, todo mundo sabe como é... Em campanha, candidato diz o que o eleitor quer ouvir. Não estava sendo diferente naquela apresentação de candidatos promovida pelo grêmio estudantil de respeitável escola pública. Os aspirantes – em debate concorridíssimo – vinham e expunham o que pretendiam fazer em prol dos três segmentos da escola: os professores, os funcionários e os alunos. Isso sem falar nas ações extensivas à comunidade. Debate morno, com propostas parecidas e aplausos respeitosos, nada mais. Sobrevieram as perguntas da plateia, a que os mestres candidatos respondiam reforçando o que tinham falado em suas exposições. Escola de alunos politizados, atuantes e contestativos, era natural que os discentes se interessassem por um ambiente em que suas prerrogativas fossem mantidas. Sorteado para responder a uma pergunta de aluno, o professor Lopes – muito concentrado – ouve a indagação:

– Professor, na sua administração, onde ficam os alunos?

Sem pestanejar, o mestre responde:

– Ficam no lugar de onde nunca deviam ter saído, ou seja, nas carteiras...

Entre os alunos, mestre Lopes não recebeu um voto sequer.