Mensagens que edificam - 17

Você já parou para se autoavaliar e concluir se tu és corajoso ou medroso? Já refletiu com qual destes sentimentos os seus reflexos naturais se harmonizam? Coragem e medo, dois sentimentos que caminham juntos, apesar de não se admitirem, uma vez que se subentende que são opostos. Entretanto, ambos trabalham pela sua integridade física, mental e espiritual. Imagine alguém que declara não ter medo de nada, e pelas suas atitudes inconsequentes isto fica mesmo evidenciado, mas todos sabem o que acontece com quem vive levianamente sem recear os resultados. Mais cedo ou mais tarde é possível que um desastroso fruto surja no meio deste precipitado ímpeto. Imagine por outro lado alguém retraído, comedido e sempre fazedor de cálculos antes de tomar qualquer decisão, ou ainda alguém que não ouse arriscar e assim se preserva. Esta pessoa, com certeza, nunca se coloca na linha de risco e a possibilidade de que venha sofrer um desastre é infinitamente reduzida, no entanto é importante traçarmos um paralelo entre os dois comportamentos. A coragem é a força que precisamos num momento em que se faz necessário avançar, ao passo que o medo é o escudo invisível que nos resguarda de nos expormos ao perigo e até mesmo sermos consumidos. Mas o mais importante nesta história é que para admitir que temos medo é preciso coragem, e é aí que eles se encontram. As sagradas escrituras dizem que maldito é o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do Senhor! Há uma errada interpretação desta expressão que diz que não devemos confiar em homem nenhum, mas não é esta a real tradução. Um pouco de atenção e tudo se esclarece, pois na verdade maldito é o homem que confia na força humana, na capacidade que o homem possui e faz disso a sua manifestação de poder como se não dependesse de Deus. Se eu não puder confiar no meu irmão que vida louca é esta? Mas acreditar que eu sou autosuficiente e independemente capaz de resolver tudo sozinho, acreditando nesta tal coragem traduzida em juventude, poder econômico, influência social, etc e tal, certamente sou um sério candidato a não ir a lugar nenhum ou me dar muito mal. Neste momento entra em ação a importância da sabedoria e do conhecimento, que me faz dosar na medida certa estes distintos sentimentos: coragem e medo. Eu preciso ter coragem para avançar quando necessário, mas também preciso ter medo quando necessito de proteção. Pode parecer contraditório, mas com um pouco de razão descubro que preciso ter a simplicidade das pombas e a prudência das serpentes; a força do leão e a mansidão da ovelha, e assim prossigo equilibrando a coragem e o medo.