Se eu planto, eu colho.

2015 chega.

Nesse momento me proponho uma reflexão sobre a condicionante “SE”.

Se eu conquistei amizades em 2014, com certeza também fui conquistado;

Se eu plantei, eu irei colher. Mas o que planei? Uma pergunta cuja resposta provoca um frio na espinha, me leva a uma reflexão irreversível e sem plano B.

Se eu semeei sementes da discórdia, certamente colhi inimigos;

Se eu amei, fui amado; Se eu odiei, recebi ódio como contrapartida;

Se eu amei umas vinte pessoas, talvez serei amado por umas quatro ou cinco. Logo, numa aritmética simples, quanto mais eu amar, maior a chance de ser também amado.

Se eu odiar umas dez ou vinte pessoas, serei odiado por umas trinta ou mais... Logo, quanto menos eu odiar, menos serei odiado.

Então estou dizendo que o ódio se propaga mais que o amor? Não sei, confesso que me perco nessas resposta. Às vezes isso me parece evidente.

Se eu, enquanto estudante estudei e me dediquei, com certeza não tive problemas com nota no final do semestre. Por outro lado, se fui um visitante na sala de aula, encerrei o semestre em apuros, certamente culpando uma legião de pessoas.

Se eu enquanto professor me dediquei, me entreguei, me propus ser o melhor professor, com certeza consegui transmitir conhecimentos e crescimento. Se eu não fiz o que tinha de ser feito, provavelmente contribuí para a má formação de um punhado de alunos vítimas de minha preguiça e incompetência.

Se eu enquanto pai, soube conquistar meus filhos, terei sido promovido a herói;

Se eu fui grande dentro de minha família, com certeza fui querido;

Feitas essas reflexões, que respostas eu tenho? O que plantei e o que estou colhendo?

Encerro o ano em paz comigo mesmo? Fiquei devendo? Consegui realizar aqueles planos que tracei no começo do ano? Fiz tudo que tinha de ser feito? Dei o melhor de mim?

Mesmo respondendo “sim” a todas essas indagações, ainda assim, muitos desafios e ameaças nem bateram à porta. Pessoas maldosas tentaram me diminuir; pessoas preguiçosas tentaram arrancar de mim o meu suor, outras tantas tentaram arrancar de mim tantas preciosidades e valores que me são caros. Uns quase conseguiram, outros nem tomei conhecimento. E ainda noutros momentos, fui alertado e socorrido por verdadeiros amigos, que atuaram como verdadeiros guardiões. Isso me fortaleceu, me amparou e me garantiu sair ileso do outro lado.

E para 2015, o que me espera? Mais uma vez, o “se” estará presente, como uma condicionante inegável e inevitável.

Se eu trabalhar, terei o retorno deste trabalho; Se eu atuo no que gosto, o farei com amor, com afinco e até me divertindo; Se eu atuo meramente pelo dinheiro, estarei sendo um prostituto ou um mercenário, em nem mesmo uma conta polpuda será capaz de garantir a essência de minha paz de coração;

Em 2015, se eu conquistar novos amigos, com certeza terei aliados novos ao meu lado; Mas se eu agredi, desrespeitei, ofendi, com certeza terei machucado corações por onde passei. A colheita não será das mais promissoras;

E o que desejo para 2015?

Desejo para mim, apenas o justo, o merecido, o razoável, dentro de minha dedicação, de minha disposição, de minhas metas traçadas e da realização de cada uma delas;

Desejo saber ser justo, ser honesto, ser fiel se humano. Apenas isso.

Se eu conseguir realizar estes propósitos, no dia 31 de dezembro de 2015, eu estarei refletindo: “Se eu não tivesse tudo que tinha de fazer, não teria conquistado o que conquistei. Se eu não tivesse sabido amar, e até a aceitar o desamor, eu teria ficado muito triste. Se eu não tivesse exercitado o desapego, a clareza de consciência, eu estaria remoendo pelos cantos as minhas perdas irreversíveis”.

O que será que terei em meu balanço no final de 2015? O mesmo que meu balanço de 2014? Depende de meus “se”! Depende de minha coragem, de minha determinação, de minha inteligência, depende de minhas conquistas, meus objetivos e de meus aliados que eu conseguir trazer para meu time. Depende de eu saber de quem esperar apoio.

Depende se saber que de quem esperei e não tive, não devo esperar novamente. Depende de meu comportamento, de meu agir com o coração ou com a razão, cada uma dessas escolhas ao seu tempo, vigilante para não ser racional demais, nem emotivo demais.

Pois é... Depende de mim. Se eu quero comemorar, não devo plantar mágoas, nem tampouco semear esperanças na areia da praia. A maré as levará e me deixará com o sentimento frustração. Esperança e construções saudáveis se constroem em solo firme e fértil. Nunca na areia, como provavelmente já semeei.

Se eu aprendo as lições, sigo firme adiante.

Se eu fico no “amanhã eu tomo providências”, com certeza as respostas só virão depois de amanhã, como consequências, já sem oportunidade de voltar atrás e reformular a resposta, me cabendo apenas a revisão de minha postura para o próximo amanhã.

Tem pessoas que precisam ser amadas, simplesmente, e que não desejam oferecer retorno. Preciso aprender a amá-las sem esperar nada em troca, pois jamais o terei. Se eu aprender a fazer isso, saberei melhor conduzir a minha própria vida, sem o sentimento de ser ignorado.

Tem pessoas ávidas para corresponder a uma boa dose de amor. Se eu aprender identifica-las, com certeza construiremos grandes obras juntos.

Ou seja... Tudo que reflito me leva ao meu espelho. O que faço, o que não faço, o que ignoro, o que prezo, o que desprezo... Tudo na minha vida é consequência de meus atos e de minhas escolhas. Depende de como administro essa enorme carga de responsabilidades. Se com sabedoria ou com irresponsabilidade. Esse papel é meu e E eu o quero para mim, não desejo jamais delega-lo a ninguém.

Tenho apenas uma certeza cristalina: eu não dou conta de gerir tudo isso sozinho. Preciso de pessoas grandes e generosas junto de mim. Preciso de pessoas conselheiras e pacientes; Preciso de pessoas turronas e até das pessoas que me ignoram. Todas fazem parte de meu universo e eu sou grato a cada uma delas como preciosidades em minha vida.

Feliz 2015 a você!

Faria Costa
Enviado por Faria Costa em 02/01/2015
Reeditado em 21/01/2015
Código do texto: T5088116
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