ABANDONADOS

ABANDONADOS...

Hoje acordei triste, como se houvesse ao meu redor um grande vazio, um cheiro de passado adentrou-me as narinas, e um frio agudo percorreu todo o meu ser. Um dia sem sol, com nuvens cinzas e temperatura baixa.

Já percorremos alguns dias de 2015, o Natal é agora mais uma lembrança e a passagem de ano apenas uma recordação rotineira de outros anos. Sem brilho, sem festas, sem amor ou ao menos o lenitivo de uma companhia, que nos abrace em determinados momentos, sem precisar dizer nada, mas apenas, nos fazer sentir que não estamos sós...

Afora, a nudez da alma, o frio gelido do espirito e o abandono do corpo. Não são apenas palavras poéticas contadas por um coração apertado, batendo lento e solitário em um peito que arfa de desejos e esperanças de dias felizes... Ele, não pede muito, apenas quer uma mão amiga para caminhar pegando a sua, e percorrer essa derradeira etapa de vida, de poder dizer e sentir que não esta só.

Até parece um mistério, que vive em um mundo cheio de pessoas, almas e espiritos solitários, que se cruzam nas ruas, nos shopings e até em supermercados e não tem a coragem de declarar o seu amor, seus desejos e o quanto se tem de amor para dar? Será que vamos esperar a pele secar e enrugar, os olhos embaçarem ao ponto de não mais enxergarmos a beleza, ou mesmo perdermos a força para poder caminhar e, deitado em posição comoda, dar o ultimo suspiro e ver a alma voar rápido como se fosse um passaro novo, rumo ao paraiso, solitário, mais uma vez sem te encontrar, sem o lenitivo de viver nem por um dia triste como esse, o verdadeiro amor...

Sei, que já duvidei de muitas coisas, mas, nunca desesti de que um dia, ainda vou viver esse amor com voce, e te vejo em sonhos, neles somos felizes, os dias são alegres, não sentimos frio e nem solidão, estamos sempre juntos, e não essa realidade, sem gosto, sem cor ou cheiro, sem sol ,lua e estrelas, onde, estamos abandonados...

Airton Gondim Feitosa