Influências

O ato de fazer uma poesia é um trabalho intelectual como outro qualquer. Embora altamente agradável, pois nos massageia o ego, é também cansativo, porquanto temos que despender de algum esforço para escolher um tema, procurar as rimas, concatenar as ideias. Se não nos cobrarmos, a lei do menor esforço nos leva a deixar para amanhã, nos leva para o sofá, para a TV, com suas notícias de crimes, inflação, e, inevitavelmente corrupção, o assunto mais em evidência no momento.

Deixar para amanhã... isto me provocou a seguinte reflexão – o poema que iríamos escrever hoje, se escrito amanhã seria outro poema e não o de hoje. Há inúmeras variantes que interferem e influenciam no resultado final, até a umidade do ar, sei lá, estou apenas conjecturando. Mas uma coisa é certa: todo o cenário ao nosso redor, a música de fundo do programa que está passando na TV, se estamos em paz com a pessoa amada, se está fazendo calor ou frio, tudo nos encaminha para uma ideia, uma reflexão diferente. Principalmente um texto que nos empolgou ontem, e que ficou no nosso subconsciente.

Eu falei poema, mas poderia ser uma crônica, como esta que agora escrevo, e que me foi “sugerida” por um texto que vi na internet, e que amanhã nem lembraria mais. Viram? Como seria esta crônica se eu a escrevesse amanhã?

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 24/01/2015
Reeditado em 22/11/2018
Código do texto: T5112379
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