O MURO

O muro

Estamos no início do século 21. O mundo com toda a tecnologia e todos os avanços em todas as áreas, ainda busca soluções para os seus relacionamentos. O homem não admite dar chance ao próprio homem. Agimos como se fossemos eternos competidores. Nalgumas situações; inimigos mesmo. Mas o real é que somos habitantes do mesmo planeta. Pensamos grandezas quando pensamos na promoção e na geração de riquezas individuais e pensamos pequeno quando buscamos soluções para geração do bem estar coletivo. Já que não encontramos soluções planetárias o discurso assume característica de acordo com a situação geográfica.

Um menos avisado ou talvez com cultura de prisões diz: a solução está em construir um muro. - A solução está em construir um muro? A Alemanha encontrou a sua solução derrubando o muro. Israel encontrou a sua solução erguendo um muro. A China transformou-o em maravilha do mundo para justificar o seu muro. As muralhas de Tróia eram sua proteção e força.

Os americanos do norte com o desenrolar de suas ansiedades e inseguranças estão isolando seu país por um muro, que estendamos as nossas mãos à palmatória, em versão moderna. Eles são realmente modernos. São imbatíveis em avanços e retrocessos. Particularmente em avanços são fenomenais. Imaginem o flagrante que foi o atentado as torres gêmeas, o atentado de 11 de setembro com foi batizado. Eles sabiam a hora e o momento exato das duas colisões. Foi até filmado, todos vimos. O pânico das pessoas, a indignação, o sofrimento, a revolta. Que feliz ou infeliz coincidência daquele cinegrafista. O fato é que ele estava no ângulo certo na hora certa e no lugar certo, à tragédia. Quantos mortos. Quantas viúvas. Quantos pais sem filhos e quantos filhos sem pais. Aos americanos do norte tem que ser creditado o avanço de está um passo adiante do tempo, pois eles sabiam, por isso foi filmado com se fosse um flagrante. Lamentável flagrante mesmo é não terem conseguido evitar a tragédia. O Super Homem estava distraído ou lhe aplicaram um sossega leão.

Sabe-se de uma tragédia no futuro. No presente deve-se trabalhar, se não para evitar, para minimização do sofrimento das pessoas. Porém, o bem estar das pessoas é colocado de lado quando os interesses, ditos maiores, estão em choque. O sacrifício de alguns para evitar danos maiores a todos. Mais que danos são esses que as vidas humanas são colocado em segundo plano. Foi assim em Hiroshima e Nagasake, foi assim também no Vietnã e depois do “11 de setembro”, recente no Iraque.

Eles também são imbatíveis em retrocesso. Elegeram novamente o Bush. A humanidade assiste abismada, atônita, estática. Talvez por ainda não imaginar o tamanho do retrocesso que houve, com tais acontecimentos, nas relações interpessoais e de nações para com outras nações. Ergue-se um inevitável muro entre todos. Um muro invisível.

É preciso notar que o muro que protege é o mesmo que aprisiona. Em comum é que somos menos felizes. Levamos uma vida instável. O mundo não está seguro. Nosso país não está seguro. Nossa cidade não está segura. Não temos mais segurança nos lares em qualquer região do planeta. Raciocinemos! Deve-se tudo isso ao regime que nos governa?

A democracia se a definirmos: são as obrigações individuais para os benefícios coletivos. Há até um certo e consistente romantismo na ideologia. Mas nem sempre esses benefícios atingem a todos, diferentemente das obrigações, essas são 100% eficientes e todos temos nossa cota de sacrifícios impostas em nome da cidadania. Enquanto as obrigações aumentam a cada governo, os benefícios oscilam e começa-se tudo a cada novo governo. Vivemos o constante perigo das tendências as mais variadas, inclusive de desinteresse ao coletivo, para alguém honrar compromissos assumidos com não se sabe quem e por governos do passado que já não estão presentes no poder para responder pelos seus atos. Virando argumento eleitoral. A quem cobraremos os benefícios? Se quem os assumiu não mais se encontram no poder para responde-los.

Assim é a democracia todos responsáveis por tudo e coisa nenhuma. Um muro fácil de transpor para manipuladores e intransponível para o cidadão solitário no seu cotidiano com suas obrigações de alimentação, segurança, saúde, educação, orientação de sua família, além dos impostos que dificultam ainda mais a sobrevivência no dia-a-dia. Um só num sistema vivendo de soluções que nunca acontecem e de promessas de melhoria a cada governo. O fato é que são históricos os problemas e sem no que nos protegermos, somos obrigados e levados pela correnteza. Para quem eles governam? Finalmente! A quem eles se reportam? Que forças ocultas são essas que merecem tanta obediência? É isso que o povo quer? Por mais que tentem escurecer a visão, fica clara a fragilidade da democracia: na alternância do poder. Os que têm essa sede incessante, preferem a democracia o que ao meu viver ainda é a melhor forma de governo se não houvesse tantos aproveitadores e insanos que provocam e se beneficiam das dificuldades. E pensam apenas em seus projetos e por último no povo, quando este não se contrapõe sendo seu eterno refém.

É de mais fácil controle, um povo instável sem dono a mercê de politiquice e ao depende do caso.

Os Reinados e Ditaduras. As negociações estabelecidas com as mesmas personagens, o inegociável perpetua-se inegociável. A exemplo de Cuba de Fidel, e da Palestina; enquanto Iassar arafat ainda vivia.

Portanto, abaixo os Reis! Abaixo os Ditadores! Libertemos o “povo escravizado”! Ergamos a bandeira vermelha e azul com 50 estrelinhas das liberdades democráticas, pois é o bastante para o mundo um único modelo de Rei, Ditador e Democrata.

Compactuemos com esse muro que nos protege e nos aprisiona. Por que eles guerreiam tanto para impor a democracia? Rompem tradições e comportamentos em nome da liberdade. Deliberando o que é bom ou ruim para outro país. Obstruindo e intervindo na escolha, tão enaltecida como soberana pela democracia. E nós, povo, ficamos perdidos no meio do tiroteio. Amamos e odiamos. Sentimos pena e revolta. Assumimos posições fruto de uma máquina informativa que nos passa só o que lhes interessa. Instabilidade e insegurança, só nos restam isto? Uma incessante luta entre o bem e o mal. A nossa difícil tarefa de descobrir a verdadeira face da verdade e que é o bem e o que é o mal. Nossos heróis todos foram foras da lei, até que venceram suas batalhas impuseram suas ideologias e foram reconhecidos heróis. “Aos vencedores as batatas”.

Em verdade, são os nossos comportamentos que irão de colocar abaixo todos os muros. Quais os caminhos teremos de percorrer? A quantas tragédias teremos que assistirmos para colocarmos na pauta principal o respeito às diferenças. Já que temos limites territoriais, os quais são muros de prisões gigantes no atacado, impostos por governos, no varejo os homens e as mulheres se amam sem fronteiras sem grandes dificuldades nem embaraços diplomáticos. O povo encontra sua solução construindo pontes que os leve ao outro lado do rio. Sem mágoas, inocentemente. O povo encontra todas as soluções para os seus problemas, que muitas vezes não agradam a governantes e interesses. Em algumas regiões do planeta querem ter apenas direito ao uso da água, imaginem. Por que o sentir fome já é normal e não tão necessário. Um humano negando necessidades vitais a outro humano.

A guerra tem sido no seu cotidiano o palco de atrocidades no atacado, mas também no varejo palco de grandes encontros, de grandes descobertas e amores, de admirações recíprocas de culturas, de seus folclores, de seus diferentes estilos de vida. Simplesmente por que na essência somos todos seres humanos.

Em quantos desertos teremos que percorrer novamente até encontrarmos a “Terra Prometida” onde governem a fraternidade, o respeito e a união; única forma e verdadeira solução para avistarmos e transpor e fazer cair todos os muros. Tal qual aos pés dele caíram as muralhas de Jericó.

Manuel Oliveira.

Manuel Oliveira
Enviado por Manuel Oliveira em 02/06/2007
Código do texto: T511250