Amarras estilísticas

Certos autores pregam a total ausência de amarras estilísticas no texto que se pressupõe literário. São eles os herdeiros do Modernismo (esta coisa esquisita que faz seu último terço contrariar o primeiro. Escrevo eu algo que vai mais ou menos no caminho oposto.

Gosto de amarras estilísticas.... pelo menos das minhas, pois elas são quem eu sou e vice-versa. Só não sou Parnasiano por incompetência lírico-matemática: não sei contar sílabas poéticas.

Augusto dos anjos é quem é por causa dos limites que ele mesmo se impôs, e não apesar deles. Um verso que não seja alexandrino e ri me bem não pode ser dele sob nenhuma hipótese.

Aliás, falando em versos alexandrinos, lembro-me de Olavo Bilac (e de como ele disse que Augusto “fez bem em ter morrido”). Vejo ele como um escravo de fórmulas... e é muito engraçado um escravo ser famoso entre nós.

Suponho que o extremo oposto seria não ter amarras nenhuma, como propõe o livro de Manuel Bandeira (“Libertinagem”), tentar ser, como qualquer poeta brasileiro atual, maior do que Drummond. Realmente, Drummond não tinha nenhuma amarra estilística o que conta como um feitiço que pode agir contra o feiticeiro.

Conclusão, se queres escrever literatura, escolha qual mestre seguir e mãos à obra...

Ernani Blackheart
Enviado por Ernani Blackheart em 25/01/2015
Código do texto: T5114048
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.