O amanhã é sempre uma promessa

Faz noite negra, mas eu canto: a canção dos jovens, a canção dos pobres, a canção da esperança da gente do meu país.

Faz noite negra.

A lua brilha tão pequena!

Pequenas são as estrelas ao seu redor... mas se toda essa luz se juntasse - que fulgor!

E luz é vida.

E para viver é preciso despertar.

A ao despertar esvai-se a noite. Foi comido por si mesmo o negro pesadelo, o susto desanuviou-se.

Sumiu-se em nada à luz do dia.

Dia virá em que a luz brilhe a todos os olhos e em todos os sorrisos.

Dia de suspiros de alívio

Esse o dia que espero. Venha breve e venha prenhe de paz e de amor, como de sol a pino.

Fujam as manchas bolorentas do destino negro. Bolor na hora de todos os dias de angústia; começa-se e segue-se sofrendo sem que uma réstia de alvorada, de ternura ao menos luza ao fim da jornada desigual da nossa vida.

Uns têm tudo; outros têm nada;

uns na soberba; outros na penúria;

uns os algozes; outros os servos;

uns arrotando e tantos de barriga vazia

Acabem-se os lagos de pranto em que afogamos o silêncio da vida.

Acabe-se o cada-qual-consigo – nunca a nada nos levando,

enquanto cada um não entenda

que é NOSSA a mesmo causa, como é nossa a mesma injustiça

Há que se lutar de mão-dada!