'MELHOR QUE TER UM AMIGO É TER OUTRO AMIGO'

Em 2009 publiquei no jornal Diário da Manhã, um texto que intitulei de Livros e Jornais. Nele fazia referência à minha primeira publicação de alguns poemas de minha autoria, no jornal rio-grandino, O Tempo. Incentivado por um amigo meu e amigo do redator do dito jornal, de resto um simpático senhor, magrinho e encurvado de óculos na ponte do nariz, um típico intelectual à moda antiga. Também neste texto fazia referência à Feira do Livro de Pelotas, pois, estava lançando minha Antologia poética, daí o título de Livros e Jornais.

Com licença dos prezados leitores usarei um excerto com que comecei o citado texto, mesmo porque já lá vão cinco anos e ninguém mais se lembrará do mesmo:

“ Os escaninhos da alma abrem e fecham a seu bel prazer, independentemente de nossa vontade. Há o imponderável que jamais saberemos entender e tampouco explicar. Somos aspiração, expiração, introspecção e inspiração...

Somos coração e somos alma, somos profanos, mas também sagrados, pois, carregamos dentro de nós a centelha divina.

Estamos sujeitos a toda a espécie de emoções, de contradições, de bênçãos e maldições. Somos tudo isso, e nada seríamos se em nós não palpitasse um coração com este sentimento de ser que, nos impulsiona a um sentir mais alto. Mas, também temos nossos momentos que nos enchem de uma sensação de quase plenitude e grande gratidão à vida diante de certos factos, como o que vou relatar, de resto, o motivo que me levou a escrever este ”.

Como acima referi quando tinha aproximadamente vinte anos de idade, fui levado por um amigo meu a uma redação de Jornal para publicação de meus primeiros pirangueiros versos. Pois, o mesmo texto referido, de Livros e Jornais, foi postado no Blog Recanto das Letras para o qual rotineiramente costumo escrever. Para minha surpresa após seis anos da postagem, o filho do dito meu amigo, Renato esse é seu nome, teve acesso ao referido texto e porque era citado o nome de seu progenitor enviou-me um e-mail agradecendo-me as referências a ele dispensadas; demonstrando-me o desejo de saber mais sobre aqueles tempos da cidade pela qual nutro um carinho especial. Rio Grande.

Não conheço o Renato e desde que saí daquela cidade faz tantos anos... Nunca mais tive ligação com seu pai, o meu amigo Jorge Martins Gartner, e tampouco sabia de sua vida, onde morava, enfim tinha perdido o contacto total com o mesmo. Infelizmente meu amigo faleceu neste passado janeiro de 2015. Assim, se por um lado fiquei feliz devido ao inusitado do contacto com uma pessoa que nem sabia existir, e pelas recordações que me ligam àquele tempo, por outro lado fiquei com uma tristeza imensa pela perda de tão nobre amigo. Jamais terei o beneplácito de uma amizade para mim tão cara, como aquela que me ligava ao Jorge.

Assim é a vida, se pessoas há que queremos distância delas o quanto mais longe melhor, outras há que Deus pôs em nosso caminho; anjos disfarçados de gente, nem sempre tratados como mereciam ser tratados. Depois vem o arrependimento uma quase dor, só que às vezes tarde demais.

Eduardo de Almeida Farias
Enviado por Eduardo de Almeida Farias em 07/02/2015
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