Vida Bandida!

Matusalém sabe, velho como ele só os desconsertos deste Estado que, vencendo as marés do abandono, causam seculares problemas ao nosso povo. O tempo não dá suficiência para acabarem as grandes mazelas cometidas por nossos administradores. Haja safadeza! Haja desleixo!

Em um país como o nosso, uma região como a que vivemos, onde a musicalidade e a hospitalidade sempre chocaram o cotidiano, vendo o samba, antes tão alegre, vestir-se de dor e conviver enlutado com o dia-a-dia deshonrroso que tantos desleixados nos oferecem.

Há um sol que nasce todos os dias sem nos cobrar absolutamente nada e sequer param para admirá-lo. O bandido tem que valorizar esse cotidiano natural e dele retirar as lições que lhe ensinem que é bem mais saudável viver uma vida cidadã, socializando lágrimas e sorrisos com seus irmãos. ( Hoje trajados pelas forças criminosas do mal). As tempestades se desenfurecem quando os homens, juntos, enfrentam-nas com a calmaria de seus espíritos. Ser bom é melhor que enveredar por esse outro lado egoísta do crime, seja ele qual for!

E sob a égide dessa violência a gente vai desvivendo, compartilhando os horrores da insegurança e tornando-nos homens presidiários dos nossos próprios lares. O bandido espera ser pego a qualquer hora, e nós lutamos desesperançosos para não sermos aviltados socialmente por eles.

Em um país decente e verdadeiramente livre, não se dar lugar para essas estupidezes. A polícia séria prende os bandidos e a justiça os condena. Por aqui entre nós, bandido faz farra, compra habea-corpus, avisa à autoridade constituída, que vai matá-la e, no frigir dos ovos, ele sempre leva vantagem. Se a polícia causa escoriações na corrida em busca de um marginal perigoso, até a farda pode perder! O Estado pode até errar nessas ações, mas sempre estará correta quando elas forem em busca de bandidos. A sociedade também tem que ajudar. O espalhamento do mal está impossibilitando as famílias de viverem bem. Por nossas ruas, trafegam mais homens assustados do que mesmo cidadãos livres. O horror está em toda esquina. Viver é um difícil projeto de ser executado. Os malandros ditam as regras. Que mundo é esse, gente?

Falta a capacidade de pensar a muitos dos nossos governantes, principalmente os que povoam os vales da escória, onde o desinteresse e o desencanto do ócio os afagam no dia-a-dia. Os grupelhos de insurretos são muito mais protegidos do que o cidadão comum que laberta e paga seus impostos em dia, esses, outro grande crime de exagero furtado de nós pelo Estado.

Essa violência que está aí em nossas barbas, como qualquer uma outra, é ultracondenável. Como diz o santo padre o Papa Bento XVI, “A realidade é falsa para quem exclui Deus”: é a base causal do nosso maior padecimento na atualidade.

E, como marchinha de carnaval, a autoridade policial apanha o bandido, ouve-o, mas, mesmo sabendo de todo o delito por ele cometido como não o apanhou em flagrante-delito, o solta. O marginal sai da instituição policial com a certeza que ser bandido recompensa. É emprego que não requer concenso nem vajor. Dá para todo salafrário que se dispuzer a fazê-lo. E eu pergunto: não é muito mais difícil ser-se um homem de bem no ”Estado Brasileiro?”! Claro que é! Embora não devesse ser assim!

Destronem de minha voz a denúncia desse cotidiano perverso, cortem-nos os punhos para que minha lavra discursiva seja cerceada, pois, só assim, o que minhas pupilas cidadãs observarem, não chegará aos meus respeitadíssimos leitores. A vida não me leva; eu levo a minha vida, por enquanto!