A era do ódio

Ao ver as recentes ações do Estado Islâmico, os conflitos da Rússia com a Ucrânia, as mortes de jovens negros por policiais nos Estados Unidos e as ações cada vez mais cruéis dos criminosos no Brasil, tenho a impressão de que estamos vivendo a era do ódio, onde se perdeu todo o respeito pela vida e integridade humanas. O que terá deflagrado essa onda de perversidade quase inacreditável que tem assolado todos os lugares? Tem-se tornado mais comum agir sem sentir remorso, principalmente se houver certeza da impunidade.

Assistir aos noticiários tem-se tornado monótono: além de assistir aos problemas enfrentados por Dilma Roussef, vejo que os criminosos agem com uma violência terrível, que me faz perguntar se haverá um limite para a capacidade que tem o ser humano de cometer atrocidades contra o próprio ser humano. Até onde iremos? E eu tenho medo de ficar anestesiada, de ceder à tentação fácil de dizer:"não adianta mesmo, as pessoas não prestam" e me limitar a seguir sobrevivendo, como se ficar apenas no meu lugar fosse me proteger de potenciais criminosos ou mesmo de pessoas que estão ao meu lado e que resolvam fazer alguma maldade comigo, visto que alguém que queira nos fazer mal pode ser um parente próximo, amigo ou colega de trabalho, alguém de que nem suspeitemos, mas que, por algum motivo fútil ou mesmo sem motivo algum, não goste de nós ou decida fazer-nos mal apenas para se divertir.

Digo isto porque, com tanta exposição na mídia, há um perigo bastante real: a banalização do mal, do ódio e da violência. Há o risco de passarmos a achar que todas as monstruosidades que vemos são normais e perdermos a capacidade de nos indignarmos, sensibilizarmos e assumir uma posição, decidindo lutar contra o que está errado.