DIÁRIO DE SONHO (2)

Como a gente se lembra só vagamente de nossos sonhos, há uns já pretéritos dos quais continuamos remoendo na mente. Já sonhei com meu pai e minhas avós. Eles sorriam em outro mundo de alguma galáxia ou sei lá aonde.

Papai Samuel, maranhense de São Luís, morreu aos 73 anos em 1975, numa época em que se morria à míngua em casa, porque não havia postos de saúde e muito menos UPA’s. O farmacêutico de drogarias substituía o médico como ainda hoje para indicar um comprimido . Viúvo, aos 40, casou-se com minha mãe Antoniusa em Picos, PI, de Araripe, CE, e depois foram morar em Teresina. Mais nova do que ele 25 anos, mãe morreu em dezembro passado , 88, mas ainda não sonhei com ela.

Quero dizer ao internauta, substituto do leitor, que fiz essa digressão, para dizer que sonhar dormindo tudo se passa

de repente e o sonho acordado é longo. É que ficamos mais tempo de olhos abertos do que fechados. O ser humano é um sonhopata. Sonha consciente com o bem e com o mal. E vice versa inconsciente.

Por exemplo, quando meu irmão Francisco José morreu, sonhei com ele, mas me recordo só da imagem dele, exclusivamente. Irmã Antonice me apareceu numa praia deserta, dando-me a sensação de que estava limpa espiritualmente.

O sonho na cama é diferente de quando estamos ativos em nosso cotidiano, buscando atingir um ideal.

samuel filho
Enviado por samuel filho em 14/03/2015
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